Tiago Dias Damaceno: O PT não morre com o golpe

A saída é pela da democracia, pela coerência política e pela volta a postura de esquerda

Tribuna de Debates do PT

Foto: Tiago Dias Damaceno

O Partido dos Trabalhadores deu início a um importantíssimo debate interno para seu 6º Congresso. É necessário um amplo debate sobre as posturas do partido daqui em diante, envolvendo sua reformulação e reconstrução.

Nesse momento de avanço contra o golpe, é preciso rever as formas de englobar a militância, sobretudo antes de lutarmos por eleições diretas, é preciso lutar com todas as forças para que seja respeitada a soberania popular do voto, movimentando-nos para pressionar o STF para a anulação do golpe e restabelecimento da democracia na figura da presidenta eleita Dilma Rousseff.

O PT precisa unir forças para superar esse momento de crise política, e se manter firme, com postura coerente diante dos desafios que virão. Nós da militância não abriremos mão jamais de lutar pelas instâncias democráticas, em defesa do partido que acreditamos e que abriu novos horizontes para a classe trabalhadora do nosso país. O PT chegou até aqui, sendo o partido de esquerda mais forte e que mais cresceu na história do país, por seus próprios méritos, com acertos e erros, mas sem dúvida alguma: foi derrubado com um golpe pelos acertos.

Em razão do desgaste que o partido sofreu, com a política de alianças, a introdução do centro em suas tribunas, precisamos voltar nosso olhar novamente as origens, a fundação do partido e com que intuito ele foi fundado. Fazendo essa ampla reflexão, compreenderemos a importância de fazermos novamente propostas para a sociedade englobando os trabalhadores de todo o país em busca do socialismo democrático, resistindo aos avanços de grupos fascistas e conservadores, mas principalmente ir de volta as ruas, com grandes campanhas para dialogar com a população. O povo brasileiro precisa sentir o PT ao lado da sociedade novamente.

O PT precisa também da fundação de uma ala jovem socialista do próprio partido, para tal, me coloco à disposição de ajudar a construir, para mobilizar e organizar diálogos entre os estudantes secundaristas e universitários, criando uma nova chama que dá voz a juventude do partido, não distante da JPT, mas mais próxima de uma organização coletiva organizada pelos jovens, com presidente, suplente, tesoureiros, etc.

Temos a convicção de que nós superaremos esse momento, e não vamos morrer com esse golpe. O golpe deve nos motivar todos os dias, para continuarmos os avanços que a sociedade brasileira teve, e lutarmos pelo restabelecimento da democracia. Não podemos ser silenciados, os petistas que querem defender a anulação do golpe diante do STF não estão condizentes com a luta por diretas nesse momento, visto que é possível que essa farsa seja anulada.

Com muita luta, de anos e anos, os governos Lula e Dilma conseguiram diminuir a desigualdade social, desenvolver a democracia, e aguçar no povo sofrido a esperança da oportunidade: de ter a casa própria, de fazer uma universidade (como é o meu caso), ou até a mais simples e maior revolução de todas, que é poder fazer três refeições ao dia, isso é, ter dignidade.

O Partido dos Trabalhadores tem o dever de estar ao lado dos movimentos sociais, de se assumir novamente como esquerda, e assumir também o compromisso com a classe trabalhadora. Devemos banir a política de alianças e coligações, que foi a corda que colocamos no próprio pescoço e trabalhar daqui pra frente com muita disposição para a volta de Dilma Rousseff com a honra e dignidade de quem não cometeu nem um crime algum contra o Brasil nem contra o povo brasileiro. E para essa ampla campanha do restabelecimento da democracia, precisamos dos meios de comunicação oficiais convocando a população ás ruas contra o golpe.

Vamos juntos abrir novos horizontes contra sistema capitalista vigente a burguesia e o poder econômico que estão liquidando o povo brasileiro através de uma eleição indireta e inconstitucional, e vamos construir a unidade da esquerda com todos os movimentos sociais, com movimento sindical, que estão e estiveram até agora firmes ao lado do PT. A saída é pela da democracia, pela coerência política e pela volta a postura de esquerda.

 

Por Tiago Dias Damaceno, 18 anos, de Marília-SP, estudante de história pela Universidade Estadual do Norte do Paraná, militante do Partido dos Trabalhadores, para a Tribuna de Debates do VI Congresso. Saiba como participar.

ATENÇÃO: ideias e opiniões emitidas nos artigos da Tribuna de Debates do PT são de exclusiva responsabilidade dos autores, não representando oficialmente a visão do Partido dos Trabalhadores

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