Vamos precisar de mão de obra qualificada para retomar o crescimento, diz ministro

O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, negou corte de verbas para pesquisas acadêmicas e descartou interrupção do Pronatec ou Fies

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O momento de urgente necessidade de retomar o crescimento econômico enfrentado pelo País demandará cada vez mais de mão de obra qualificada. É o que defende o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro. “A retomada vai passar muito pelo avanço econômico. Isso quer dizer que vamos precisar de mão de obra qualificada”, avaliou.

Em entrevista ao  jornal “O Globo”, durante o evento Educação 360, no Rio de Janeiro (RJ), Janine afirmou que esse profissional, antes formado nas universidade e em cursos de tecnologia, hoje é encontrado também em cursos como o Pronatec e a educação profissional, “desde o equivalente ao ensino médio, passando pelo curso de tecnólogo e chegando à graduação de quatro ou mais anos, tornou-se protagonista nesse processo”.

De acordo com o ministro, o fato de o Brasil ser um país emergente, necessita que se consolide a inclusão social e se complete o trabalho de desenvolvimento e de supressão da miséria.

Profissionalização – Em razão da importância do Fies e do Pronatec, o ministro descartou a hipótese de eles acabarem. Segundo ele, o Fies responde por quase um quarto da população universitária brasileira e o seu financiamento volta para alimentar futuras gerações de estudantes no ensino superior. Para Janine, o Pronatec é fundamental para o um desenvolvimento sustentável da economia e uma prosperidade crescente da classe trabalhadora.

“Esses programas são muito importantes e vão continuar”, revelou Janine.

Professores – De acordo com um estudo do Ministério da Educação (MEC), 40% dos 507 mil professores do ensino médio do País estarão em condições de se aposentar nos próximos seis anos. Janine explicou que o governo aumentará a negociação sobre as políticas que possam tornar cada vez mais atrativa a profissão e lembrou que, o fato de os professores adquirirem o direito de se aposentar, não quer dizer que o farão de imediato.

“Mas esse é um alerta importante para que o MEC tome as iniciativas, com todos os parceiros da educação, para afinar as políticas de formação docente”, declarou o ministro.

Para conciliar as constantes demandas da área com corte de recursos, Janine revelou a necessidade de se aprimorar as políticas que priorizem os investimentos para não cortar ações relevantes. Apesar dos cortes, ele ressaltou a melhora na qualidade dos cursos ofertados.

“Em 2014, 8% dos cursos eram de nota 5, que é a máxima. Neste ano, só no primeiro semestre, 20% dos cursos tinham essa avaliação”, lembrou o ministro.

PNE – Em relação ao cumprimento do Plano Nacional de Educação (PNE), devido à crise econômica mundial de 2008, ainda não encerrada, Janine afirmou que a parte dependente essencialmente do dinheiro será cumprida com a retomada da economia.

“Estamos trabalhando intensamente em todas as metas do PNE, inclusive na construção do Sistema Nacional de Educação. Enquanto isso, estudamos para que as propostas sejam realizadas da melhor maneira possível”, declarou o ministro.

Greves – Desde o início da greve nas universidades federais, há mais de 100 dias, cuja uma das reivindicações é um reajuste de 27,3%, o MEC está aberto às negociações, afirmou Janine. Mas ele revelou que o País está passando por uma crise econômica e “há medidas muito difíceis para o ministério tomar, que dependem de instâncias mais amplas”.

Em relação a verbas para pesquisas acadêmicas, o ministro revelou que é falsa a informação de ter havido cortes de bolsas. “Nenhuma bolsa de pós-graduação foi cortada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)”. De acordo com ele, as bolsas foram privilegiadas pelo fato de o MEC entender que elas são o ponto inicial para o pesquisador continuar trabalhando.

“Mais de 90% da verba que a Capes coloca na pós-graduação foram preservados. O que não foi possível preservar integralmente, porque sofreu um contingenciamento, foi o custeio da pós-graduação”, observou Janine

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do jornal “O Globo”

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