Wellington Dias rebate acusações falsas sobre hospitais de campanha

“O colapso se deu pela falta de profissionais em praticamente todos os Estados brasileiros e pela ausência da coordenação central do governo federal”, afirma presidente do Consórcio Nordeste

Foto: Divulgação

Dias: “Boa parte dos investimentos em hospitais de campanha foram feitos com recursos dos Estados e prestamos contas para órgãos de controle estadual e com toda transparência. É o caso do Piauí, em alguns casos foi o próprio setor privado quem fez o investimento, é o caso do Maranhão”

O governador Wellington Dias, coordenador do Fórum de Governadores na crise e presidente do Consórcio Nordeste, respondeu, nesta segunda-feira (19), às falsas acusações de Jair Bolsonaro sobre gestão e desativação de hospitais de campanha. Na semana passada, a Procuradoria Geral da República (PGR) endossou a manobra de Bolsonaro, articulada após a criação da CPI da Covid-19. O órgão enviou ofício aos governadores cobrando explicações a respeito de gastos e manutenção de  hospitais de campanha.

As acusações de mau uso de verba federal foram desmentidas por Wellington Dias. “Boa parte dos investimentos em hospitais de campanha foram feitos com recursos dos Estados e prestamos contas para órgãos de controle estadual e com toda transparência. É o caso do Piauí, em alguns casos foi o próprio setor privado quem fez o investimento, é o caso do Maranhão”, explicou o governador, em nota oficial.

Dias também esclareceu os motivos para o desmonte de alguns hospitais de campanha.“Por que fechamos hospitais de campanha? Por que não tinham pacientes. Graças a Deus, fizemos dois movimentos em meio à pandemia: dobrar ou triplicar a rede permanente pública de hospitais, em parceria com o setor privado e já não precisávamos mais de hospitais provisórios, como os de campanha”.

Ainda segundo Dias, “a estratégia era uma alternativa SOS provisória, enquanto avançavam os investimentos em ampliação de leitos em hospitais públicos, enquanto se fazia a suspensão de cirurgias eletivas, adiáveis, e desocupava outras UTIs por exemplo”.

Falta de profissionais

O governador também destacou a falta de profissionais de saúde, um problema que permaneceu em todos os estágios da pandemia. “O colapso se deu pela falta de profissionais em praticamente todos os Estados brasileiros, levado pela velocidade de transmissibilidade das novas variantes e pela ausência da coordenação central, do governo federal,  que foi avisado e não ajudou na contenção”, criticou Dias.

“Não era razoável manter por vários meses hospitais de campanha a um custo diário por cada leito e de julho para frente foi assim, e ainda tendo disponibilidades de leitos permanentes”, observou o governador.

“O problema não foi cama ou mesmo respirador, desta vez foi falta de profissionais que são necessários, especializados em Unidade de Tratamento Intensivo – UTI, especialmente: médicos intensivistas, anestesistas, cardiologistas, neurologistas etc”, rebateu.

Bolsonaro está acuado com a instalação e iminente início dos trabalhos da CPI da Covid. Com isso, ele tenta novamente mudar a realidade dos fatos. Não é de hoje que Bolsonaro tenta imputar aos governadores a culpa do fracasso do governo federal no combate à pandemia. Os governadores, sem apoio do governo federal, é quem estão buscando vacinas e construir hospitais para salvar o povo brasileiro da incompetência de Bolsonaro, adverte o senador Paulo Rocha (PT-PA), líder do partido no Senado Federal, em apoio aos governadores

“Fim da pandemia”

Em um dos pontos levantados no ofício assinado pela subprocuradora-geral da República, Lindora Araújo, braço direito do procurador-geral Augusto Aras, a PGR questiona se os governadores entenderam “que ocorreu o fim da pandemia de Covid-19 entre setembro e outubro de 2020, com a consequente desativação dos referidos hospitais, bem como o prejuízo causado ao erário, não só em relação às vidas com a falta atual de leitos como o decorrente da verba mal utilizada”.

Esqueceu-se Araújo de enviar o mesmo questionamento ao ocupante do Palácio do Planalto. Em dezembro, Bolsonaro decretou que a “gripezinha” estava no fim. “A pandemia, realmente, ela tá chegando ao fim”, mentiu Bolsonaro. “Os números tem mostrado isso aí. Tivemos uma pequena ascensão agora, um pequeno repique, pode acontecer… Mas a pressa da vacina não se justifica”.

Menos de duas semanas depois, o Brasil chegava a 200 mil mortos. Em 2021, o “pequeno repique” anunciado pelo líder de extrema direita avançou para exterminar outros 200 mil brasileiros, número que infelizmente deve ser atingido até o fim de abril.

Da Redação

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