3º dia do Ato extremo por Justiça: visitas e parecer médico

Os grevistas, que fazem manifestação em frente ao STF e pedem a liberdade de Lula passaram por avaliações médicas com o Dr. Ronald Selle Wolff

MPA

Greve de fome pela liberdade de Lula chega ao terceiro dia

Há três dias sem se alimentar, Zonália Santos, Luiz Gonzaga (Gegê), Rafaela Alves, Vilmar Pacífico, Frei Sérgio Görgen e Jaime Amorim tiveram um dia intenso com visitas de apoio e solidariedade, além de terem recebido uma diversidade de mensagens por meio das redes sociais, cartas e e-mails. O Centro Cultural de Brasília (CCB) tem sido o local de apoio e onde os grevistas têm recebido as visitas, que são realizadas pela manhã das 10h as 11:30h, a tarde das 14:30h as 16h e à noite, das 19h as 20h.

Entre as visitas que os grevistas receberam nesta quinta-feira (2) estão o advogado e ex-presidente da OAB, Marcelo Lavenère Machado, Sueli Bellato e Carlos Moura ambos da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, ligada à CNBB, do Engenheiro Agrônomo e ex-representante da CTNBio, Leonardo Melgarejo, bem como, representações dos profissionais de psicologia e também, das Pastorais Sociais e Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica.

“Trago aqui a solidariedade aos companheiros e companheiras que estão em sacrifício pela Democracia, que estão bradando em nome de todos daqueles e aquelas que querem um Brasil menos injusto, menos desigual, um Brasil onde todos possam viver com dignidade, portanto nosso apoio e solidariedade a estes que aqui estão se sacrificando pelos país”, destaca Carlos Moura.

No fim da tarde, por volta das 17 horas os grevistas, junto com a equipe de apoio, somaram-se aos demais manifestantes em frente aos STF para denunciar a volta da fome, o sofrimento e o abandono dos mais pobres, sobretudo as pessoas em situação de rua, das periferias, os negros, indígenas, camponeses, sem-terra, assentados, quilombolas e desempregados. O aumento da violência que ataca, sobretudo, mulheres, jovens, negros e LGBTs. A situação dos doentes, da saúde pública, das pessoas com deficiência, a volta das epidemias e da mortalidade de crianças, os ataques à educação pública, que deixam a juventude sem perspectiva de vida. A volta da carestia, o aumento do preço do gás, da comida e dos combustíveis. As tentativas de aniquilamento da Soberania Nacional, por meio da entrega de nossas riquezas ao capital estrangeiro: Amazônia, terra, petróleo, energia, biodiversidade, água, minérios e empresas públicas essenciais à geração de emprego e ao bem-estar do povo.

Avaliação Médica

Segundo o médico que acompanha os grevistas, Dr. Ronald Wollf, já no terceiro dia eles entram em um período delicado com dores de cabeça, ansiedade, insônia, desidratação e sintomas relacionados a fadiga. “Uma greve de fome, dependendo da pessoa, pode causar alguns problemas bem sérios, mas como médico precisamos preservar a saúde orgânica, física e emocional. Estamos os monitorando de forma laboratorial e clínica, pois os primeiros dias são bastante delicados, eles estão cansados, sonolentos, a fome é bastante grande e isso os deixa ansiosos. Esse conjunto de sintomas exige bastante cuidado neste momento, em especial o emocional”, segundo avaliação médica do Dr. Ronald.

Por Adilvane Spezia e Marcos Corbari, Militantes do MPA e Rede Soberania

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