Atos e protestos marcam Dia Nacional de Luto e de Luta no país

Sérgio Nobre, da CUT: “Se Bolsonaro tivesse dignidade, renunciaria. Mas ele não tem humildade, grandeza. Por isso, o impeachment é condição fundamental para que este país retorne ao caminho de desenvolvimento com justiça social”

Adonis Guerra / SAMBC

Diadema, no ABC paulista

Nesta sexta-feira (7), Dia Nacional de Luto e de Luta em Defesa da Vida e do Emprego foram realizadas ações e manifestações desde a madrugada em várias partes do Brasil,organizadas pelas centrais sindicais, sindicatos e movimentos sociais

Em São Paulo, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, e os das demais centrais se uniram em um ato nacional na Praça da Sé, no centro da cidade. Foi um ato pela vida e pelos empregos, que exigiu o fim do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) que nunca se interessou em coordenar uma ação nacional para combater o novo coronavírus e muito menos criar uma política de manutenção dos empregos e da renda.

A Praça da Sé, que já foi palco de grandes manifestações pelo fim da ditadura militar e pelas “Diretas Já“, recebeu trabalhadores e trabalhadoras que pediram “Fora, Bolsonaro”, por uma política de saúde para enfrentar a pandemia da Covid-19 e pela geração de empregos”.

O ato também homenageou as quase 100 mil vítimas fatais da doença que o país vai atingir esta semana.

Presidentes das centrais sindicais participaram de ato na Sé. Foto: Divulgação

Centrais sindicais unidas contra Bolsonaro

Os dirigentes sindicais destacaram que o país só voltará a crescer e com justiça social se Bolsonaro e sua turma deixarem a presidência da República.

A CUT, junto em diversos momentos, pediu o impeachment do Bolsonaro porque ele não tem condições e estatura para governar o Brasil”, disse Sérgio Nobre, presidente da CUT. “Se Bolsonaro tivesse dignidade, renunciaria. Mas ele não tem humildade, grandeza. Por isso, o impeachment é condição fundamental para que este país retorne ao caminho de desenvolvimento com justiça social”, discursou.

Sergio Nobre lembrou que no momento de grave crise econômica que o país vem passando, tem sido fundamental a unidade da CUT e demais centrais para a luta em defesa dos trabalhadores e das trabalhadoras. “Neste momento tão triste e difícil do País, quero cumprimentar cada sindicato de base, que está fazendo manifestações nos locais de trabalho em todo o Estado de São Paulo e por todo o Brasil”.

Manifestações ganharam as ruas do país. Foto: Divulgação

O presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) Ubiraci Dantas de Oliveira, o Bira, afirmou que o Brasil está sem comando.“Bolsonaro quer criar o caos e criar o caos para depois sair com uma alternativa autoritária, a ditadura. Mas, não vai ser um ‘ capitãozinho de quinta categoria’ que vai impedir o povo de viver com liberdade, com condição de vida, com emprego e com direitos”, afirmou o dirigente da CGTB.

O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, reforçou que o Dia de Luto e Luta é uma data para marcar profundamente nossas vidas com o desprezo de Bolsonaro pelas mortes. Araújo ressaltou que o presidente não lamentou as 100 mil mortes e sim mandou “ tocar a vida”.

Pedidos de fora Bolsonaro também foram feitos pelo representante da Central dos Sindicatos do Brasil (CSB), Antonio Neto. Para ele, é preciso lutar contra um governo que quer acabar com as instituições. “Bolsonaro quer desmoralizar as instituições para dar um golpe .Não podemos aceitar de forma nenhuma e estaremos defendendo o nosso país contra qualquer ditadura e opressão. Em nome do povo do Brasil, fora Bolsonaro”, declarou.

Manifestação na cidade de Santo André/SP. Foto: Divulgação

Para o vice-presidente da Nova Central, Luis Alberto dos Santos, o Luisinho,  o número de mortos ainda pode subir com a pressão do poder econômicos sobre governadores e prefeitos. “ Bolsonaro é um capitão de segunda classe que quer a ditadura militar. Nós precisamos é de emprego, recuperar as empresas. Mas este governo sí dá dinheiro pra banqueiro. Fora Bolsonaro e Viva o SUS”, finalizou.

Para Ricardo Patah, da União Geral dos Trabalhadores (UGT), o  momento que a Igreja se uniu ao movimentos sociais e sindicais para acabar com a ditadura, em respeito à vida. “A solidariedade entre nós tem de ser cada vez maior pra superar a crise econômica e a ditadura que se avizinha,  caso não tenhamos solidariedade em prol do povo brasileiro. Não podemos deixar este governo acabar com os brasileiros”.

Florianópolis, Santa Catarina. Foto: Divulgação

Protestos pelo país

Protestos e manifestações marcaram este Dia Nacional de Luta e de Luto em Defesa da Vida e do Emprego. Foram várias ações organizadas por sindicatos, federações, confederações e até mesmo pelos próprios trabalhadores indignados com a indiferença do presidente Jair Bolsonaro diante da tragédia provocada pela pandemia do coronavírus e pela crise econômica, com o crescimento do desemprego e a ameaça aos seus direitos.

Movimentos populares, entre eles a Central de Movimentos Populares (CMP) e o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), organizaram simultaneamente, mais de 60 ações, em 19 estados, por volta das 17 horas. Outros protestos ocorreram durante este dia de luta em defesa da vida, dos direitos e pelo Fora Bolsonaro, organizados por frentes, partidos e movimentos populares, reunidos na Campanha Fora Bolsonaro.

Para Raimundo Bonfim, coordenador nacional da CMP, “não é natural as mortes de 100 mil pessoas em cinco meses. Bolsonaro é responsável por este genocídio, pelo desemprego e pelo sofrimento do povo. Ele está cometendo um crime e, por isso, precisa ser derrubado da Presidência. Impeachment já”.

 

Curitiba, Paraná. Foto: Divulgação

 

 

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast