A Copa do Mundo também contra o HIV

 

Autoridades querem aproveitar a Copa do Mundo de Futebol para mobilizar a população na prevenção contra a Aids. A presidenta Dilma Rousseff deverá receber, nos próximos dias,  netos do ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, para declarar apoio à campanha. O encontro deve ocorrer entre os dias 10 e 11 de junho, em Brasília. A campanha “Proteja o Gol” é encabeçada pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids), com apoio do governo brasileiro.

Todas as 12 cidades-sede da Copa aderiram à campanha, além de Ribeirão Preto e Aracaju. Por meio do Ministério da Saúde, serão oferecidos testes rápidos preventivos, aconselhamento e distribuição de preservativos.

As ações da Unaids tiveram início no mundial da África do Sul, em 2010. Na ocasião, seis presidentes de países africanos classificados para a copa assinaram a bola de futebol símbolo da campanha.

Espera-se que Dilma receba dois representantes da família Mandela, Kweku e Ndaba, netos do ex-presidente, porta-vozes da campanha.

A diretora da Unaids Brasil, Georgina Braga-Orillard, explica que os jovens estão no foco da campanha, que aproveita o envolvimento com o futebol para conscientizar sobre o aumento da transmissão da doença no mundo.

Estima-se que 4,6 milhões de pessoas entre 15 e 24 anos estejam contaminadas com o vírus HIV hoje no mundo.

“A AIDS está sendo detectada apenas no óbito. Isso é muito preocupante, principalmente em um país como o Brasil, referência mundial no tratamento”, ressaltou Georgina Braga.

A representante da Unaids acredita que o fato se deve a discriminação e a atmosfera de tabu ainda ligadas ao HIV. “O jovem de hoje não viu ídolos como Cazuza e Renato Russo morrem de AIDS, ou a epidemia que vimos acontecer há 30 anos. Por isso, estão se recolhendo cada vez mais, por medo ou vergonha de fazer o teste e buscar tratamento”, lamentou.

 

Por Flávia Umpierre da Agência PT de Notícias