‘A gente não pode aceitar nenhuma provocação’, afirma Lula

Em visita ao Acampamento pela Democracia, ex-presidente afirmou que tem conversado com políticos 24 horas por dia para tentar impedir golpe em curso

Foto Lula Marques/Agência PT

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou que a população não caia em provocações durante as manifestações contra o golpe que ocorrerão em todo o país. Lula falou em Acampamento Nacional pela Democracia e Contra o Golpe  montado ao redor do ginásio Nilson Nelson em Brasília, uma mobilização permanente pela democracia.

“A gente não pode aceitar nenhuma provocação. Está cheio de rede de televisão pra dizer que esse movimento popular, a CUT, o MST são baderneiros. Não. Somos trabalhadores e trabalhadores. Baderneiro é quem quer derrubar a Dilma!”, afirmou ele.

Somos trabalhadores e trabalhadores. Baderneiro é quem quer derrubar a Dilma

Lula afirmou que tem conversado 24 horas por dia com políticos e parlamentares para barrar o golpe. “É uma guerra de sobe e desce. Parece a Bolsa de Valores, tem que conversar 24 horas por dia”, disse ele. Após o discurso, Lula falou que iria conversar com três governadores que poderiam ajudar a impedir o golpe.

Lula participou de evento contra o impeachment organizado por movimentos sociais e sindicais no estacionamento do ginásio Nilson Nelson, em Brasília. Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula

Lula participou de evento contra o impeachment organizado por movimentos sociais e sindicais no estacionamento do ginásio Nilson Nelson, em Brasília. Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula

O ex-presidente afirmou que a mobilização popular é um exemplo a ser seguido. “Vocês tão aqui em um nome de uma coisa, de uma palavra mágica chamada democracia, chamada Estado de Direito, chamada Constituição Brasileira”, afirmou.

Lula lembrou que muita gente morreu para fazer a democracia vigorar no país e que o Brasil não pode se acostumar a viver de golpe em golpe. “A elite brasileira não gosta muito de democracia”, afirmou ele. “[Getúlio] Vargas governou com mão de ferro durante anos. Bastou ele governar quatro anos sob uma democracia que fizeram ele se matar”, disse. “Nós, primeiro que não vamos nos matar. Gostamos da vida, que é a coisa mais extraordinária. Não vamos sair do Brasil. Não vamos nos exilar. Vamos é lutar”, afirmou o ex-presidente.

Não vamos nos exilar. Vamos é lutar

Lula lembrou que perdeu três eleições até chegar à Presidência. “Se o Temer quer ser candidato, que não seja através de um golpe. Que dispute eleição. Se candidata em 2018, e vamos para as urnas, vamos debater. Mas porque tentar encurtar o mandato da Dilma se ela não cometeu nenhum crime de responsabilidade?”, questionou ele.

“Se tem um um segmento nesse país que quer paz é o povo trabalhador, o agricultor. Companheiros e companheiras, a nossa luta é pela democracia, é pelo respeito à Constituição. Por isso temos que conversar com deputados”, disse.

Lula também fez uma crítica àqueles que pregam o ódio em suas manifestações pelo impeachment. Ele lembrou de toda a trajetória de luta social da esquerda. “Nunca viram a gente pregar a discórdia, o ódio. Nunca ofendemos ninguém em um bar, num restaurante, num aeroporto. Sabemos das divergências. Mas sabemos conviver com a diversidade”, disse ele. “A nossa democracia respeita as diferenças”.

 Foto Lula Marques/Agência PT

Foto Lula Marques/Agência PT

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Da Redação da Agência PT de notícias

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