Aécio recebeu R$ 300 mil de empresa denunciada na Lava Jato, diz delator

Em delação homologada pelo STF, comparsa do doleiro Alberto Youssef relata encontro em que diretor da UTC reclama de cobrança da propina pelo político da oposição

O senador Aécio Neves (PSDB) foi inserido por delator no rol de suspeitos de ter recebido dinheiro do esquema de corrupção investigado pela Operação Java Jato, da Polícia Federal, informa reportagem do jornal “Folha de S. Paulo” desta quarta-feira (30).

Os R$ 300 mil pagos ao político mineiro saíram da empreiteira UTC Engenharia, uma das citadas nas investigações como sócia do “clube” de empresas que operacionalizavam o esquema de pagamento de propinas.

A inclusão do senador e candidato derrotado pela presidenta Dilma Rousseff nas eleições 2014 partiu de Carlos Alexandre de Souza Rocha (o “Ceará”), em depoimento de delação premiada prestado ao Ministério Público e homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O nome do tucano já havia aparecido nos depoimentos de Youssef em circunstâncias anteriores aos fatos investigados pela Lava Jato. Segundo o doleiro, Aécio se beneficiou, de outro esquema de propinas, no início da década passada (2001) conhecido como “Lista de Furnas”.

Youssef afirmou na CPI da Petrobras que quem lhe contou sobre o esquema da estatal de energia, subsidiária da Eletrobras, em favor do PSDB, foi o seu “compadre” e deputado José Janene (PP-PR), falecido em 2010.

Carregador – No processo, Ceará é identificado como “mula”, o indivíduo que transporta e entrega dinheiro a beneficiários de esquema de corrupção. A delação objetiva obter benefícios judiciais como redução da pena relativa ao crime imputado.

Segundo Ceará, que atuava como entregador do doleiro Alberto Youssef, o pagamento atendeu à determinação de um diretor da UTC. De acordo com a reportagem, Ceará relatou na delação ter levado o dinheiro no segundo semestre de 2013 a um diretor da UTC, de nome Miranda.

Segundo o depoimento, Miranda “estava bastante ansioso” pela operacionalização da entrega dos R$ 300 mil e chegou a reclamar com Ceará por não aguentar mais o beneficiário lhe “cobrando tanto”.

Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias

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