Alckmin: “O juro é uma das piores coisas que temos para a economia”

Vice-presidente cobra do Banco Central um ritmo maior na redução da taxa básica de juros

Cadu Gomes/VPR

Alckmin: corte na Selic "deveria ser mais rápido"

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, cobrou do Banco Central um ritmo maior na redução da taxa básica de juros (Selic), reforçando as críticas de membros do governo, de parlamentares, do setor produtivo e de trabalhadores.

“O juro é uma das piores coisas que temos para a economia”, disse Alckmin, na sexta-feira (22), em referência aos efeitos nefastos da política monetária do BC, presidido pelo bolsonarista Roberto Campos Neto.

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O elevado patamar da Selic, com o consequente encarecimento do crédito, tem sufocado a capacidade de investimentos das empresas, além de inibir o consumo das famílias.

“O juro ainda é alto, mas está em queda, caindo 0,5 ponto porcentual em cada encontro. Deveria ser mais rápido”, disse Alckmin, ao participar da inauguração do Cápsula, Centro de Inovação Senac-RJ, no centro do Rio de Janeiro.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a taxa Selic foi reduzida novamente em 0,5 ponto percentual, para 10,75% ao ano. Foi o sexto corte consecutivo dessa magnitude.

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Alckmin citou o cenário positivo da economia brasileira para justificar a cobrança por uma queda mais acelerada da Selic.

“Estamos começando um novo ano com quadro interessante”, afirmou o vice-presidente, citando a queda do risco-país, do câmbio, do desemprego e da inflação, além do avanço do Produto Interno Bruto (PIB). “O câmbio – de R$ 5 a R$ 4,90 – está variando pouco e está competitivo, o que ajuda exportação e turismo”, sublinhou.

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O vice-presidente afirmou ainda que, conforme um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 15 anos, a reforma tributária pode fazer o PIB crescer 12% porque traz eficiência econômica. “A reforma fiscal desonera investimento e exportação”, defendeu.

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Alckmin reforça críticas já feitas por entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical.

Da Redação

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