Após morte de Ágatha, UFRRJ denuncia ‘política de extermínio’ de Witzel

Em nota, a reitoria da universidade destacou que, somente nos primeiros oito meses de 2019, foram registradas 1.249 mortes pela polícia no Estado do Rio de Janeiro

Antonio Cruz/Agência Brasil

Em razão da morte da menina Ágatha Félix, 8 anos, a Reitoria da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), baseada na cidade de Seropédica, divulgou neste domingo (22) uma nota pública em que denuncia a “índole fascista” e a “política de extermínio” promovida pelo governo do Rio de Janeiro, desde janeiro sob a gestão de Wilson Witzel (PSC).

A nota destaca que, somente nos primeiros oito meses de 2019, foram registradas 1.249 mortes pela polícia no Estado. “Não será ceifando vidas que atingiremos um nível de desenvolvimento humano tão urgente. Não há saída possível sem justiça social e a vida plena de oportunidades que priorizem cidadania, cultura, educação, emprego e esperança para populações excluídas”, diz o posicionamento.

Confira a íntegra da nota:

A morte é sempre algo a se lamentar. Quando ela se insere em políticas públicas, como virtude, torna-se expressão de uma índole fascista do Estado. Quando a morte torna-se uma virtude, um momento a ser homenageado, significa que estamos diante da barbárie institucionalizada. Recentes ações que culminaram com o assassinato de uma menina de oito anos, Ágatha Félix, desnudam a falta de respeito aos direitos humanos fundamentais por parte do Estado.

Nos primeiros oito meses deste ano, foram registradas 1.249 mortes ocasionadas pela polícia estadual do Rio de Janeiro. Não é possível festejar estes números. Não será ceifando vidas que atingiremos um nível de desenvolvimento humano tão urgente. Não há saída possível sem justiça social e a vida plena de oportunidades que priorizem cidadania, cultura, educação, emprego e esperança para populações excluídas.

Na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, promovemos a cultura da tolerância, fraterna e solidária. Somos uma universidade com dois câmpus na Baixada Fluminense, região marcada por violências inomináveis. Temos a experiência da dor. E é nesta condição que anunciamos de maneira radical nossa repulsa a práticas brutais como solução de dramas seculares que levam milhões à exclusão e à miséria.

Seropédica, 22/9/2019

Reitoria da UFRRJ

Por Sul21

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