Artigo: O nó da questão

Muito mais que aliança residual que surgir de última hora, o caminho de nossa subida eleitoral é a remoção do entulho de falsidades propositalmente colocado em nossa imagem, o que só uma chapa 100% comprometida pode fazê-lo, defende o deputado estadual Virgílio Guimarães (PT-MG)

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Deputado Estadual Virgílio Guimarães (PT-MG)

O chamado triângulo sudestino – São Paulo, Minas e Rio – respondem por 40% da população brasileira e o conjunto das regiões metropolitanas de suas capitais por nada menos do que a metade desse enorme contingente.

Nesses três vértices, o PT já teve governo – estado e/ou prefeitura – e sofreu gravíssimas derrotas em 2018. Neles temos hoje candidaturas autênticas, porém com débil arrancadas, considerando os números de pesquisas publicadas. Um caminho alternativo poderia ser a formação de frentes de esquerda com capacidade competitiva. Mais uma vez, a realidade se mostra cruel: não existe frente nem capacidade competitiva.

Em Belo Horizonte, a pesquisa da Quaest escancarou este engano, a esquerda pulverizada em cinco candidaturas, patinando em números entre zero e 2%, isto em cenários estimulados. Mesmo a candidatura em Belo Horizonte, que gerou a maior expectativa, não saiu dessa reduzida vala comum, ficando milímetros atrás do Nilmário Miranda do PT, afastado da vida pública e que nem candidato ainda era. No Rio de Janeiro e em São Paulo, a situação é bem parelha. O triângulo sudestino, com 10% dos brasileiros nas capitais, 20% nas regiões metropolitanas, 40% nos três estados e com ressonância em todo o País, sem dúvida, é o grande nó a ser desatado para agora e para 2022, uma espécie de busílis fatal: ou decifra ou morre.

Cortando o nó

Por sorte, fomos jogados a nossa própria sorte nas três grandes capitais sudestinas. Pois então, contemos conosco mesmos, livres e soltos, vamos destravar nossas energias mais profundas, proclamar nossas inteiras verdades, nossos inconfundíveis programas e ideologias, vamos recompor nossa própria base e unidos com afinco e exclusividade de nossos próprios candidatos, o caminho de nosso crescimento eleitoral nesse espaço estratégico é o resgate, ou restauro, de nossa imagem do PT e de nossas lideranças, embaçada e arranhada por uma gigantesca máquina de destruição, movida pela calúnia e pelo ódio, completamente autônoma em relação a erros pontuais porventura cometidos.

Muito mais que aliança residual que surgir de última hora, o caminho de nossa subida eleitoral é a remoção do entulho de falsidades propositalmente colocado em nossa imagem, o que só uma chapa 100% comprometida pode fazê-lo. A par dos desempenhos dos candidatos, essa já será uma grande vitória, nas três capitais e nas centenas de municípios que deles receberem comunicação e influência. Teremos a recuperação de nossas forças, de mandatos de vereadores e das possibilidades de chegar ao segundo turno com nosso próprio rosto e estará cortado um dos nós que nos embaraça na caminhada rumo a 2022.

Virgilio Guimarães, Deputado Estadual (PT-MG)

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