Artigo: Petróleo! (Nunca foi contra a corrupção…), por Milton Pomar

“Por que até hoje o Brasil continua em 14º lugar no ranking dos países com maiores reservas”, questiona o geógrafo Milton Pomar

Felipe Dana

Petrobras, o alvo

O sucesso dos governos Lula (2003-2010) na pesquisa, geração de tecnologia e descoberta de petróleo no Pré-Sal foi decisivo para a investida dos Estados Unidos (EUA) – maior consumidor mundial de petróleo – contra os governos Dilma, para o golpe em 2016, e, em seguida, na guerra jurídica (“lawfare”) contra o ex-presidente Lula. Nesse mesmo período, o sucesso da Venezuela no aumento de suas reservas, de 80 bilhões de barris em 2007 (7º lugar no ranking mundial), para os atuais 302,9 bilhões (1º lugar), resultaram no ataque norte-americano contra os governos Chávez e Maduro, incluindo bloqueio comercial e confisco do dinheiro venezuelanoem bancos nos EUA, e a tentativa patética de “eleger” um outro presidente do país.

É sintomático que a Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos, famosa por sua atuação criminosa no mundo inteiro, até hoje não reconheça o acréscimo gigantesco (50 bilhões de barris, ou mais) proporcionado pelo petróleo do Pré-Sal nas reservas brasileiras – em março de 2021, no seu World Factbook, o Brasil continua com os mesmos 12 bilhões de barris de 2010.

Por que até hoje o Brasil continua em 14º lugar no ranking dos países com maiores reservas, se com o Pré-Sal ele passou a ter mais petróleo que o Qatar, China, Cazaquistão, Nigéria e Líbia?

O susto com o Pré-Sal foi grande: possíveis 50 bilhões de barris de petróleo a mais de reservas, de melhor qualidade (leve) e a um custo de produção cada vez menor. Tanto petróleo permite ao Brasil a autossuficiência, buscada desde os anos 1950; o sexto lugar no ranking dos países com as maiores reservas; e em breve ser um dos cinco maiores exportadores do mundo.

Tentaram desacreditar a viabilidade econômica do Pré-Sal – por ter que extrair petróleo no mar a sete mil metros de profundidade – e sua capacidade de produção em grande escala, já que começou com modestos 41 mil barris diários em 2010. Toda a campanha contrária ao Pré-Sal deu em água salgada: em 2016, a sua produção atingiu um milhão de barris diários, em 2020 dois milhões, equivalentes a 68% dos 2,94 milhões de barris produzidos. E o custo médio de extração caiu, de US$9 por barril, em 2014, para US$7 em 2018.

Foram necessários 60 anos, desde a criação do Conselho Nacional do Petróleo, em 1938, para que o Brasil atingisse a produção de um milhão de barris diários. Com o Pré-Sal, apenas seis anos. E nos quatro anos seguintes, mais um milhão de barris. Com esses resultados, o Brasil atingiu o 10º lugar no ranking dos maiores produtores, e a Petrobrás passou a ser uma das cinco petrolíferas mais valorizadas do mundo – e consequentemente, alvo prioritário dos EUA.

Ainda há muito a ser descoberto da relação da Lava-Jato em Curitiba e Rio de Janeiro com a CIA, FBI, NSA etc., nos governos Bush, Obama, Trump e Biden. Os acontecimentos políticos no Brasil, a partir do início das pesquisas do Pré-Sal, no primeiro governo Lula, coincidiram com o sucesso da Petrobrás em aumentar a produçãoe em buscar independência nos derivados, através da construção de refinarias. Quem não acredita na coincidência dos acontecimentos políticos relacionados ao petróleo nos governos Lula e Dilma, basta pesquisar sobre a tragédia imposta pelos EUA ao povo venezuelano, desde a descoberta de petróleo no país, em 1922, e aos povos do Irã, Iraque, Kuwait, Líbia e Angola, também possuidores de grandes reservas.

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