Benedita: “Voto útil é no 13, estamos cara a cara com o povo”

“As pesquisas mostram que estamos no jogo”, afirmou Benedita da Silva, candidata do PT à prefeitura do Rio, em ato de campanha na Cidade de Deus, na terça-feira (10). Além da criação de 100 mil empregos, ela defendeu a Moeda Carioca, que dará R$ 100 reais a cada família para serem gastos nas comunidades, os mutirões remunerados e o Banco Popular, que vai emprestar a juro baixo dinheiro para pequenas reformas em residências e estabelecimentos comerciais

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"O voto útil é na nossa proposta, é no 13, o único que pode unir a cidade partida, torná-la acolhedora para toda a população", diz Benedita

Para “desembolar o segundo lugar nas pesquisas”, que apontam empate técnico na disputa por uma vaga no segundo turno, a deputada Benedita da Silva conclamou na terça-feira (10) os apoiadores de sua candidatura a prefeita do Rio a uma missão: trabalhar para conquistar, cada um, mais 13 votos. Treze é o número do PT e da candidata. Em caminhada na Cidade de Deus, Jacarepaguá, na Zona Oeste, Benedita animou a militância para brigar por cada voto na reta final.
“As pesquisas mostram que estamos no jogo”, disse a deputada. “Estamos cara a cara com o povo, conversando e convencendo o percentual altíssimo de pessoas que não decidiram ou que não querem votar, e precisamos alcançá-las. O voto útil é na nossa proposta, é no 13, o único que pode unir a cidade partida, torná-la acolhedora para toda a população, e não para poucos”, afirmou Benedita.
Ela pediu que os eleitores escolham candidatos a vereador do PT ou do PCdoB, partidos da coligação “É a vez do povo”, para fortalecer a luta pela inclusão social e contra a desigualdade na cidade.

Criação de 100 mil empregos

A candidata defendeu um programa para gerar 100 mil empregos e fortalecer a economia das favelas, como a Moeda Carioca, que dará R$ 100 reais a cada família para serem gastos na comunidade, os mutirões remunerados e o Banco Popular, que vai emprestar a juro baixo dinheiro para pequenas reformas em residências e estabelecimentos comerciais.
Os jovens, segundo Benedita, encontrarão em sua prefeitura o treinamento para se qualificarem e “ganharem dinheiro com sua criatividade, seja na área digital ou qualquer profissão que queiram”. Para as crianças, o caminho é abrir creches e escolas de turno integral, facilitando o trabalho das mães. Ela defendeu o uso da Bolsa Família “com a condicionalidade de manter essa criança na escola, com vacina oferecida pelo poder público e tudo o que for necessário para a saúde delas”.

Apoio à população removida de favelas

Benedita conhece muito bem a Cidade de Deus porque familiares seus estavam entre os removidos de favelas da Zona Sul que deram início à comunidade de Jacarepaguá, uma das maiores do Rio. A população local, segundo ela, foi uma das mais prejudicadas nas remoções, pois teve de se mudar para um lugar que não tinha infraestrutura urbana adequada para receber tantos moradores. “Até hoje temos essas dificuldades aqui”, lamentou, citando também os graves problemas de transporte, coleta de lixo e saneamento básico do grande conjunto habitacional que ganhou fama no mundo inteiro com o premiado filme dirigido por Fernando Meirelles e Katia Lund.
Benedita atuou na assistência aos moradores como fundadora do serviço social da Assembleia de Deus do Leblon, da qual era fiel. “Hoje eu sou da Igreja Presbiteriana, mas continuo com esse forte vínculo amoroso, espiritual, com a Assembleia de Deus do Leblon, que foi muito importante na Cidade de Deus. O povo sofreu muito porque não trouxeram escolas, hospitais, emprego, nada. Todos ficamos muito chocados porque remoção dói demais. Ninguém consulta, ninguém quer saber se a gente quer se mudar ou nao.”

“Pague as merendeiras, Crivella”

Benedita encontrou merendeiras de uma empresa contratada pela prefeitura que estão com salários atrasados ou incompletos. A prefeitura não tem pago os 30% complementares aos 70% do auxílio emergencial do governo federal. Uma das merendeiras afirmou que, quando procuram o prefeito, ele responde que “dinheiro não é tudo”.
“Como é que a gente vai pagar o aluguel, comprar comida no mercado, sem dinheiro? Dinheiro é tudo, sim, Crivella, cumpra sua obrigação”, disse a trabalhadora. A candidata manifestou solidariedade. “Quero me somar às merendeiras. Quando eu for prefeita, vamos estar juntas e brigar por isso. Neste momento, só posso dizer “Crivella, pague as merendeiras””, disse Benedita.

“Nunca neguei minha raiz ”

Em discurso na praça em frente a Cidade de Deus, Benedita apresentou-se como uma candidata que nunca se desviou de sua identidade: “Nunca neguei minha raiz. Todo mundo sabe que eu sou do PT, que eu sou evangelica, do movimento negro, que eu luto pelas comunidades, pelas mulheres, pela nossa juventude. Sempre foi assim, todos que me conhecem sabem que é isso. Hoje estou candidata a prefeita com a Enfermeira Rejane. Somos duas negras atrabalhadoras, aguerridas. Queremos que as nossas comunidades nos deem um voto de confiança.”
Ela comparou o simbolismo de uma vitória sua no Rio com a de Kamala Harris como vice-presidente dos Estados Unidos. “Ficamos felizes com uma vice-presidenta negra nos Estados Unidos. Aqui, pertinho de nós, tem uma que só quer ser prefeita. Vamos acreditar em nós, em nossa garra, em nossa força, e vamos botar fé que dá”, declarou.

Na companhia do marido

Benedita começou as atividades de manhã bem cedinho no Morro do Chapéu Mangueira, onde viveu por 57 anos, até mudar-se para a casa do marido, Antônio Pitanga.
Os dois gravaram cenas para o programa eleitoral na laje da casa de uma amiga, bem na divisa entre as comunidades do Chapéu Mangueira e Babilônia, em Copacabana. “É meu grande amor, um presente, o melhor marido do mundo”, disse Benedita.
Da Redação

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