Bolsonaro quer acabar com políticas de combate à desigualdade

Em novo ataque aos negros, gays, mulheres e nordestinos, candidato da extrema-direita diz que “tudo é coitadismo”. Inclusão é marca registrada do PT

O candidato da extrema-direita Jair Bolsonaro voltou a atacar negros, gays, mulheres e nordestinos ao se dizer contra qualquer política que tente diminuir as desigualdades existentes no Brasil. “Isso não pode continuar existindo. Tudo é coitadismo. Coitado do negro, coitado da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense. Vamos acabar com isso”, disse em entrevista divulgada nesta terça-feira (23) pela TV Cidade Verde do Piauí.

A declaração deixa claro que o extremista não dá a mínima para o abismo social histórico do país e mostra desconhecer o sucesso das políticas de inclusão das gestões anteriores ao prometer acabar, entre outras coisas, com a políticas de cotas sociorraciais. “Esta política está completamente equivocada. 70% dos negros que entram na universidade são bem de vida. Você tem que ter uma cota social (…) Isso tudo é uma maneira de dividir a sociedade”, declarou.

Mais uma vez o candidato não sabe o que fala. Primeiro porque a política de cotas já prevê critérios sociais e econômicos. Segundo porque, entre 2013 e 2015, a iniciativa garantiu o acesso de aproximadamente 150 mil estudantes negros em instituições de ensino superior em todo o País. A Lei n° 12.711 de 29 de agosto de 2012, conhecida como a Lei de Cotas, foi sancionada pela presidenta Dilma e alterou o rumo da Educação no Brasil.

Candidato desconhece escravidão

Não custa lembrar ainda que, em julho deste ano, durante sabatina do programa Roda Viva da TV  Cultura, Bolsonaro já havia demonstrado não saber informações básicas sobre a história do país que diz amar e defender. “Que dívida histórica é essa que temos com os negros? Eu nunca escravizei ninguém na minha vida (…) O negro não é melhor do que eu, e nem eu sou melhor do que o negro”, declarou.

Para desespero geral de professores de história do Brasil e especialistas sobre escravidão, o candidato ainda cometeu o disparate de dizer que os “portugueses não pisavam na África e eram os próprios negros que entregavam os escravos”.

Da Redação da Agência PT de Notícias

 

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