Câmara tem pauta fundamentalista em relação aos direitos LGBT, avalia Kokay

Para a deputada petista, Estatuto da Família contraria decisão do Supremo Tribunal Federal, órgão competente para interpretar a Constituição Federal

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), a audiência pública realizada na quinta-feira (25), pela comissão especial que analisa o Estatuto da Família (PL6583/13) foi uma reunião dos fundamentalistas da Câmara, que confrontou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com ela, ao estabelecer um único tipo de arranjo familiar, o estatuto nega todas as outas formas de família reconhecidas pelo STF.

Os convidados para debater o estatuto foram o secretário de educação da Associação Brasileira LGBT, professor Toni Reis, e o presidente da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, pastor Silas Malafaia. Entre os assuntos em pauta, o mais discutido foi o polêmico artigo 2º do Estatuto da Família que caracteriza a família como a união de um homem e uma mulher.

“Foi uma reunião dos fundamentalistas da Câmara, que confrontaram a decisão do STF, ao estabelecem apenas um tipo de arranjo familiar e negam todos as outras formas, como as famílias homoafetivas”, declarou Kokay.

Tanto a audiência ocorrida na quarta-feira (24), que ouviu “ex-gays”, quanto a de quinta, foram atividades com a mesma lógica homofóbica, segundo a deputada.

Na avaliação de Erika, a truculência da audiência pública ficou a cargo do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que obstruiu a passagem da deputada quanto esta tentava se ausentar da sala. Ela tomou a a decisão de abandonar a audiência depois de não ter conseguido argumentar sobre um projeto que reconhece o casamento civil e a união estável entre pessoas do mesmo sexo.

“Tentarem deturpar o projeto e eu e Jean Wyllys nos levantamos para sair. Ele (Bolsonaro) ficou no meu caminho e disse que eu não ia sair”, revelou a deputada.

Erika diz não ter dúvidas de que os fundamentalistas procuram “tecer” uma reação de ódio na sociedade contra a homossexualidade. “E isso provoca uma sociedade mais violenta. Então é uma expressão muito contundente do ódio pautado pelo fundamentalismo religioso”, lamenta a deputada.

Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias

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