Cemig: quem paga a conta é o povo mineiro, dizem parlamentares

Governo golpista vendeu quatro hidrelétricas da Cemig, empresa elétrica pública de Minas Gerais; para deputados, é um ataque à soberania nacional

Divulgação

Usina Hidrelética de São Simão

Na quarta-feira (27), o governo avançou mais um passo na venda do patrimônio público brasileiro. Por R$ 12,3 bilhões, o governo vendeu quatro usinas hidrelétricas da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais).

Nas fotos, italianos, chineses, franceses e belgas comemoram a compra de quase metade da maior companhia elétrica de Minas Gerais. A maior usina foi vendida para a chinesa SPIC Pacific Energy. A Engie, franco-belga, arrematou duas e a Italiana Enel comprou a menor.

Mas, segundo apontam parlamentares petistas, quem pagará a conta será o povo mineiro, com tarifas mais caras de energia. A venda é também uma afronta à soberania nacional e uma queima do patrimônio público brasileiro, segundo os parlamentares.

“Não há nenhum lugar do mundo que venda as águas. Em um país capitalista como os Estados Unidos, 87% da gestão de sua energia hidrelétrica é feita por estatais”, aponta a deputada Margarida Salomão (PT-MG).

“Quem vai pagar essa conta é o consumidor mineiro. Porque as empresas compradoras não têm compromisso de apenas cobrir seus custos, ela tem que gerar lucro. Então quem vai dar lucro pras empresas é o sistema produtivo de Minas Gerais e a pessoa que liga a luz na sua casa”, diz a deputada.

Para o deputado Patrus Ananias (PT-MG), o setor elétrico que está sendo privatizado é fundamental para o desenvolvimento social, ambiental e econômico do país. “Energia não é questão de lucro, é relacionado com a vida, com o projeto nacional, com o bem comum, com o interesse coletivo”, afirmou.

Segundo Patrus, projetos sociais como o Luz Para Todos serão inviabilizados com a privatização. “Nós viabilizamos o Luz Para Todos porque o estado brasileiro dispunha de recursos no setor energético. Hoje não seria possível com essas privatizações”, diz ele.

“O PT é inteiramente contra o que estão fazendo com o país. Vender as nossas hidrelétricas a preço de banana não é vender, é doar. Estão fazendo caixa a custo das riquezas minerais desse país”, disse a deputada Benedita da Silva (PT-RJ).

O deputado Padre João (PT-MG) ressaltou que o governo paga a conta do golpe, financiado pelo capital internacional.

O senador Humberto Costa (PT-PE) também se posicinou. “Privatizar o sistema elétrico brasileiro e pela bagatela que isso está sendo feito é um crime de lesa pátria e vamos resistir no parlamento e no judiciário para que isso não se consolide”, afirmou.

“Uma parcela considerável da nossa burguesia não tem compromisso com o país, é uma elite antinacional antidemocrática e antipopular”, afirma Patrus. Para ele, interesses do povo e de melhoria social disputam com os interesses do grande capital.

“Quem tem que por limites é o estado democrático de direito, em nome do bem comum, da justiça social, da coletividade. Temos um governo a serviço desse grande capital”, disse ele.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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