Com apoio dos trabalhadores, Gomide vai devolver Anápolis ao povo

Candidato do PT arregimenta cada vez mais apoio e intensifica os compromissos de campanha. Ele enfrenta de peito aberto o atual prefeito, que abusa da máquina do Estado para se manter no cargo e apela para a boataria produzida pelos laboratórios bolsonaristas no submundo das redes sociais

Divulgação

Antônio Gomide, candidato à prefeito de Anápolis

A poucos dias das votações para a definição do novo prefeito de Anápolis, único município goiano onde haverá segundo turno além da capital, Goiânia, o candidato do Partido dos Trabalhadores, Antônio Gomide, intensifica os compromissos de campanha com o foco na virada final. A comparação entre gestões está rendendo uma corrente de apoios ao candidato petista, o prefeito mais bem avaliado na “Manchester goiana”, assim chamada pela pujança industrial.

São justamente os trabalhadores, da indústria e de outros setores, os principais interessados em reconduzir Gomide ao cargo, contra a pressão do bolsonarismo que sustenta o adversário – o atual prefeito, Roberto Naves (PP). Ainda na primeira semana do segundo turno, líderes de diversos sindicatos oficializaram apoio conjunto à campanha de Gomide.

Sindicato dos Funcionários e Servidores Públicos Municipais de Anápolis (SindiAnápolis), Sindicato dos Professores da Rede Municipal de Ensino de Anápolis (Sinpma) e Sindicado dos Professores em Estabelecimentos Privados de Ensino de Anápolis e Região (Sinpror) foram algumas das entidades presentes ao encontro com o petista.

Os sindicalistas alegam que a atual gestão deixou muito a desejar com os servidores públicos, ao contrário das administrações petistas, que antecederam Naves. Ao agradecer o apoio, Gomide disse saber como é ser servidor público. Também qualificou como ruim o relacionamento que o município tem atualmente com professores.

“O atual governo municipal nunca nem conversou com os sindicatos. Os sindicatos, que são a representação legítima, escolhidos por eleição, não têm nem voz neste governo”, disse Gomide.

“Eles vão tentar levar isso como retórica, mas a verdade é que eles tiveram dificuldade, nestes quatro anos, em dialogar com a categoria. Prova disso é que, pelos últimos dois anos, não tivemos nenhuma espécie de reajuste ou sequer respeito ao piso salarial dos professores”, ponderou.

A presidente do Sinpma, Márcia Abdala, ratificou o discurso de Gomide. “Nós estamos em uma situação muito crítica. Há muito [tempo] não somos bem recebidos por essa gestão. Então, não acredito que tenha como ficar pior, acredito que já estamos no fundo do poço”, justificou.

Outro apoio manifestado foi o do candidato do PSOL à prefeitura, Douglas Carvalho. “É hora de colocar na balança os dois projetos de cidade em pauta neste segundo turno, e se levarmos em conta os últimos quatro anos, nossa posição não poderia ser diferente: pedimos voto em Antônio Gomide e Professora Geli”, disse pelas redes sociais.

Gomide aproveitou a ocasião para abordar os ataques que sua campanha e o Partido dos Trabalhadores vêm sofrendo. Para ele, por falta de resultados e de um projeto viável, o que resta ao adversário é lançar mão de boatos e acusações infundadas, aproveitando o aparato bolsonarista que o apoia no submundo das redes sociais.

Resgate da autoestima municipal

No primeiro dia de propaganda eleitoral neste segundo turno, Gomide agradeceu os votos e destacou a vontade de “resgatar a autoestima da cidade”. Também disse que a população não pode ser punida por disputas partidárias mesquinhas.

“O outro candidato tenta polarizar as eleições demonizando o PT e se esquecendo que o seu próprio partido, o PP é campeão de escândalos, processos e condenações na Justiça. O meu partido é Anápolis”, afirmou, prosseguindo: “Precisamos falar sobre a cidade, discutir ideias e propostas acima de questões partidárias. Você não vota em partidos, mas sim em pessoas para governar a cidade”.

Na segunda (23), em entrevista à Rádio Sagres, Gomide afirmou que, apesar de campanha antipetista, o eleitor conhece sua história. “Nós sabemos das dificuldades e podemos ter muitas fake News que tentam desviar a atenção”, alertou. “Nunca saí do PT. Todos sabem que eu sou daqui. Na época da minha gestão, tive 90% de aprovação. As pessoas conhecem meu trabalho. Cada lugar que eu vou tem duas ou três obras que eu fiz. As pessoas me conhecem. E temos um trabalho na cidade.”

Para Gomide, o resultado dessas eleições ainda está em plena disputa. “Já tivemos surpresas nas eleições de Anápolis. Estamos trabalhando para isso”, comentou. “A dificuldade é que estamos disputando contra a máquina administrativa. São mais de dois mil comissionados que estão trabalhando com o prefeito. Estamos disputando contra uma máquina que dispensa licitação e distribui cestas básicas na cidade. A máquina é muito forte para que se possa reverter nesse momento. Por isso, o que temos de forte é nosso nome e nosso trabalho. Nós conseguimos colocar Anápolis no cenário nacional.”

Em uma rodada de entrevista com os candidatos promovida pela Rádio Manchester 93,3 FM e veículos da imprensa local, Gomide reforçou a comparação entre seu legado e o trabalho da atual gestão. “Agora são apenas dois projetos. Precisamos comparar quem foi o melhor prefeito. Quem fez a melhor administração. Agora não é discutir partido mais, é discutir a cidade. Nós não estamos prometendo nada a mais, só queremos fazer mais e melhor. Nós já demonstramos que somos capazes, conhecemos a cidade e sabemos o que ela precisa.”

Gomide lembrou que foi duas vezes o vereador mais votado; o prefeito mais votado; o deputado estadual mais votado e recebeu mais de 60% dos votos para governador, em Anápolis. “É um reconhecimento e por isso nunca abandonei a cidade. O momento agora é de outro cenário político, onde disputamos com a administração que tem uma grande estrutura, que tem apoio de grandes empresários e nós estamos discutindo ideias. Queremos o voto para continuar o trabalho”, defendeu o petista.

“O legado que nós temos é o trabalho. As pessoas gostam do que fizemos, querem a cidade reconstruída e tenho disposição para fazer mais e, por isso peço a confiança para este projeto de reconstrução, para que a cidade tenha um prefeito que anda na rua e conversa com as pessoas”, prosseguiu Gomide.

Sobre as políticas públicas que adotará, caso eleito, para recuperar o município no período pós-pandemia de Covid-19, Gomide criticou o vazio de ideias da atual gestão. “Anápolis é o segundo maior PIB de Goiás. Temos um orçamento de R$ 1,6 bilhão. Governei com orçamento de menos de R$ 700 milhões no final do primeiro mandato e nós transformamos a cidade. Vejo que é fundamental o planejamento e não esse planejamento com ação que não acontece nada.”

Na sexta (27) à noite, Gomide participará do debate promovido pela TV Anhanguera entre os candidatos à prefeitura de Anápolis. O evento será realizado no estúdio da TV em Goiânia. As regras foram aceitas por representantes dos dois candidatos.

Em seu programa de governo, o candidato do PT centrou-se em 13 principais eixos estratégicos: administração pública, desenvolvimento econômico, infraestrutura, saneamento básico, saúde, educação, cultura, esporte, assistência social, juventude, mulher, segurança pública e agricultura.

O objetivo é “enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades e os pontos fortes identificados no município, afastando as ameaças e eliminando os pontos fracos existentes, alcançando o objetivo sonhado e desejado de uma cidade para todos”.

No eixo da administração pública, Gomide ressalta a participação popular em todos os setores do município. Na área econômica, o plano versa sobre o desenvolvimento da empregabilidade e apoio às atividades produtivas geradoras de trabalho e renda. Para a saúde, o candidato quer focar na retomada dos serviços de saúde pública, amparado pelos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS).

Acompanhe as propostas de Antônio Gomide e Professora Geli.

Veja o Plano de Governo de Antônio Gomide e Professora Geli na íntegra.

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