Com Bolsonaro, Brasil despenca no ranking de democracias do mundo

Classificação feita pela The Economist ao longo de 2019 coloca o país na 52ª posição, na lista de ‘democracias falhas’ e com ‘problemas no funcionamento do governo’

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Bolsonaro descontrolado

Com um presidente que ofende jornalistas, ataca adversários políticos e incentiva a violência contra indígenas, LGBTs e toda e qualquer pessoa que seja contrária ao seu desgoverno, o Brasil atingiu sua pior colocação no ranking das democracias do mundo. Por conta de Jair Bolsonaro (sem partido) e sua gestão antipovo, o país despencou na avaliação, ficou na 54ª posição e entrou na lista de “democracias falhas”, de acordo com o levantamento The Economist Intelligence Unit, da revista britânica The Economist.

O ranking foi elaborado ao longo de 2019 –  primeiro ano do desgoverno de Bolsonaro – e publicado nesta quarta-feira (22), segundo informações do jornalista Jamil Chade do Uol. Entre os países da América Latina, o Brasil ocupa apenas a 10ª colocação. De acordo com o levantamento, o país somou somente 6,8 pontos, em uma escala de 0 a dez, abaixo da pontuação de 2018.

O resultado coloca o Brasil no grupo de nações com “democracias falhas” ou “democracias imperfeitas”, que são aquelas onde existem eleições livres e justas, mas existem irregularidades na gestão do governo, uma cultura política insuficiente e uma participação popular reduzida no destino das políticas adotadas, exatamente um resumo do que foi o desgoverno de Bolsonaro em 2019.

Problemas com funcionamento do governo

 

Desde o golpe que tirou a presidenta Dilma Rousseff, o país vem acumulando quedas na avaliação. Em 2017, já sob a gestão golpista de Michel Temer (MDB) o Brasil estava na 49ª posição. Caiu para 50ª colocação em 2018 e agora despencou de vez com Bolsonaro. O declínio contínuo no ranking é explicado por dois fatores, segundo Jamil Chade.

O primeiro se refere aos claros problemas de funcionamento do atual governo. O critério do The Economist Intelligence Unit mede se existem controles suficientes sobre o governo e se um cidadão pode influenciar políticas, o que claramente não ocorre com Bolsonaro, que logo em janeiro de 2019 tratou de extinguir os conselhos populares.  O item da avaliação ainda leva em conta se o governo está aberto a ser controlado ou se empresas, igreja ou militares tem um papel decisivo. Novamente, o desgoverno não deixa a desejar.

Outro ponto analisado pelo ranking, que contribuiu para a baixa pontuação do Brasil, está relacionado à cultura política do país. Nesse critério, os avaliadores apontam a capacidade da sociedade em mostrar coesão em relação aos valores da democracia, além do próprio apoio aos pilares da democracia.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações de Jamil Chade do Uol

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