“Com Lula, combate à fome foi tão importante que virou referência mundial”
Em entrevista ao ‘Jornal PT Brasil’, ex-ministra do Desenvolvimento Social Tereza Campello explica a insuficiência do Auxílio Brasil e fala dos avanços do país nos governos PT
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Nesta terça-feira, 6, a ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à fome, Tereza Campello, participou do Jornal PT Brasil e falou sobre a insuficiência do Auxílio Brasil no valor de R$ 600, especialmente para as mulheres e mães solos.
Tereza destacou ainda os avanços do Brasil no combate à fome e à pobreza, que virou referência mundial. Ressaltou também as políticas públicas na promoção e defesa dos direitos das mulheres e na distribuição de renda.
“É importante lembrar que o valor de R$ 600 foi oferecido agora às vésperas das eleições. E isso aconteceu porque reivindicamos, pela situação da população brasileira, que passa por uma situação dramática com perda de renda e aumento de preços”.
A insuficiência do valor do Auxílio Brasil foi criticada por Tereza, que apontou a injustiça com mulheres que têm dois ou três filhos receberem o mesmo valor que os homens.
“Esse desenho dos R$ 600 é extremamente injusto principalmente com as mulheres e mães solos. Um só homem ganha R$ 600 e uma mulher com duas crianças, solo, também ganha o mesmo valor de R$ 600. É uma situação oposta à época do Lula. Agora é uma situação injusta e que precisa ser enfrentada”, denunciou a ex-ministra.
Tereza disse ainda que os valores de programa de transferência são complementares à renda familiar, pois a renda da população trabalhadora caiu muito. Hoje, ganham menos, enfrentam o trabalho informal, precarizado, sem direito a férias ou 13º salário.
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Maiores avanços com o PT
O avanço brasileiro foi tão importante que virou referência no mundo não somente com a redução da pobreza, mas da fome. Tereza reforça que no começo do governo Lula, o índice de fome caiu de 10% para 1,7% até o final do governo Dilma, em 2016. As gestões petistas permitiram, em apenas 13 anos, uma redução de 82%.
“O Brasil teve a maior redução da fome no menor espaço de tempo e virou referência mundial. Fora isso sempre garantimos comida de qualidade para o povo.”
Tereza também falou sobre a merenda escolar e os avanços em políticas públicas em prol dos direitos das mulheres na época dos governos petistas.
Escute, na íntegra, a entrevista da Tereza Campello:
O que Lula e Dilma fizeram pelas mulheres:
Diferentemente no governo de Bolsonaro, durante os governos de Lula e Dilma, diversas medidas para assegurar os direitos das mulheres e o enfrentamento à violência de gênero foram promovidas. Confira:
2003 – Bolsa Família foi lançado com a determinação de, sempre que possível, colocar o nome da mulher no cartão. Essa simples medida, deu mais independência às mulheres, significando uma verdadeira “revolução feminista” no Brasil.
2005 – A Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) foi transformada em Disque-Denúncia. Em 10 anos, atendeu a quase cinco milhões de mulheres.
2006 – Lei Maria da Penha foi aprovada. Por meio dela, até 2015, mais de 300 mil vidas de mulheres foram salvas e 100 mil mandados de prisão contra agressores foram expedidos.
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2009 – Minha Casa, Minha Vida foi lançado seguindo a mesma lógica do Bolsa Família: as chaves da casa própria seriam entregues nas mãos da mulher. Elas passaram a ter preferência na assinatura da escritura (89% dos casos) e o imóvel permanece com a mulher em caso de separação.
2011 – Na área da saúde, a Rede Cegonha passou a oferecer atendimento e parto humanizados em todo o Brasil.
2014 – Casa da Mulher Brasileira passou a reunir serviços necessários à interrupção da violência, com atendimento humanizado, inclusive com alojamento temporário e atenção psicossocial. O governo Dilma entregou 2 unidades (DF e MS) e deixou quase prontas, para 2016, outras 6 (BA, CE, MA, PR, SP e RR).
2015 – Lei do Feminicídio transformou o homicídio contra a mulher, quando cometido apenas por ela ser mulher, em crime hediondo, sujeito a penas maiores.
2015 – Lei das Domésticas assegurou direitos trabalhistas, como férias e 13°, para 1,8 milhão de trabalhadoras. Conquista histórica, por enfrentar os efeitos do racismo e da escravidão no país.
2015 – Até aquele ano foram entregues 54 Unidades Móveis de Combate à Violência, duas para cada estado. Em parceria com a Caixa, esse serviço chegou às mulheres ribeirinhas por meio de uma agência-barco.
2015 – O Atendimento especializado para brasileiras que vivem no exterior chegou a 13 países.
2015 – O número de mulheres matriculadas no ensino superior saltou de 2 milhões, em 2002, para 3,7 milhões. Em grande parte apoiadas pelo ProUni e Fies, muitas delas foram as primeiras da família a ter um diploma universitário.
2015 – Os governos Lula e Dilma chegam à marca de 8.664 creches construídas ou com recursos garantidos. A medida permitiu que milhões de mulheres pudessem se qualificar e entrar no mercado de trabalho, pois tinham onde deixar seus filhos com segurança.
2015 – Ao longo dos governo Lula e Dilma, as mulheres do campo também foram assistidas, com iniciativas como a documentação da trabalhadora rural, linhas de crédito Pronaf Mulher e o Programa de Organização Produtiva de Mulheres Rurais.
E o Bolsonaro?
Verdade simples: Bolsonaro nada fez pelas mulheres, e ainda atrapalhou. Repetindo dados que o governo passou a ela, Michelle disse que o ex-capitão sancionou 70 novas leis de proteção às mulheres”.
O dado acabou desmentido logo depois. Levantamento do jornal O Estado de S. Paulo mostrou que o número de leis relacionadas às mulheres são, na verdade 46. E detalhe: nenhuma delas foi criada pelo governo Bolsonaro. O atual presidente só as sancionou.
Além disso, ele vetou, total ou parcialmente seis leis aprovadas no Congresso, incluindo a que garantiu absorventes gratuitos para mulheres pobres e a que dava um auxílio emergencial em dobro para mães solo. Ainda bem que o Congresso, depois, derrubou seus vetos nesses dois casos.
Da Redação