Com Lula, confiança volta ao Brasil e investimento automotivo bate R$ 48,4 bi

Retomada inclui planos da Volkswagen, GM, BYD, GWM, Renault, CAOA e Nissan. Situação oposta à do governo Bolsonaro, com Mercedes e Ford fechando as fábricas no país

Ricardo Stuckert

“Esse país não foi governado nos últimos quatro anos. Esse país foi desmontado, porque quase todas as políticas públicas que nós tínhamos construído de 2003 a 2015 foram desmontadas”, afirmou Lula na Volkswagen

O Brasil inicia 2024 recebendo um boom de investimentos inédito na história da economia nacional e de um dos setores mais desenvolvidos, que é a indústria automobilística. A confiabilidade e credibilidade criadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva permitiram sedimentar as condições para que as principais montadoras do país retomem e ampliem seus planos de investimentos no Brasil.

A soma de recursos do setor totaliza R$ 41,4 bilhões. Se considerar o aporte dos novos R$ 9 bilhões da Volkswagen até 2028 mais os R$ 7 bilhões (do ciclo de 2022 a 2026), o montante de investimento automobilístico é de R$ 48,4 bilhões.

O cenário de otimismo contrasta com a “quebradeira” e falta de perspectivas que reinavam sob o governo de Jair Bolsonaro, quando milhares de empresas fecharam as portas e deixaram o país as montadoras Mercedes-Benz, em dezembro de 2020, pondo fim à produção de automóveis em Iracemápolis (SP), e Ford, em janeiro de 2021, fechando 5 mil empregos diretos, sem falar nos indiretos.

Outro tema que passou longe do governo Bolsonaro foi a produção/incentivo de carros elétricos e híbridos, enquanto o setor avançava em outros países.

A mudança do ontem de Bolsonaro para o hoje de Lula é que o petista é um visionário, pensa o Brasil um grande país para todos, incluiu o pobre no orçamento, taxou os super-ricos, conseguiu aprovar a tão sonhada reforma tributária, resgatou a credibilidade nacional e internacional do Brasil e entende o momento pelo qual o mundo atravessa, de transição energética e de defesa do meio ambiente, cenário perfeito para a nação brasileira ocupar seu lugar entre as principais economias do mundo (hoje já é a nona).

“Venham! Venham ajudar a gente a produzir nitrogênio verde, etanol, biodiesel, venham ajudar a gente porque o Brasil não vai jogar fora as oportunidades do século 21. Vamos aproveitar cada oportunidade e fazer com que a gente deixe de ser um país em vias de desenvolvimento e a gente seja um país finalmente desenvolvido”, discursou Lula, na sexta-feira (2), na fábrica da Volkswagen na Via Anchieta, em São Bernardo, por ocasião da ampliação em R$ 9 bilhões dos investimentos da montadora alemã no Brasil, o que totalizou R$ 16 bilhões até 2028.

Em seu discurso, o presidente da Volkswagen Brasil, Ciro Possobom, justificou os investimentos da montadora. “A gente está totalizando R$ 16 bilhões da Volkswagen na América Latina até o final de 2028. Este é o maior investimento pós-pandemia de uma montadora no país, que reforça a confiança da nossa marca no Brasil”, afirmou.

O presidente Lula apresentou o frágil quadro econômico e social identificado, ainda durante o gabinete de transição, após a eleição, deixado por Bolsonaro. “Eu sabia que o Brasil estava numa situação muito degradada. Esse país não foi governado nos últimos quatro anos. Esse país foi desmontado, porque quase todas as políticas públicas que nós tínhamos construído de 2003 a 2015 foram desmontadas. Nem a merenda escolar teve reajuste”, afirmou.

Após quatro anos de todo tipo de negacionismo da ultradireita bolsonarista (científico, econômico, social), Lula volta, recoloca o Brasil nos trilhos, olha para o futuro e, com a Nova Indústria Brasil (NIB), reposiciona o Estado como agente-motor da neoindustrialização. Com isso, os resultados voltam a aparecer, caso da confiança do setor automobilístico.

A qualidade dos empregos e o nível de tecnologia empregado no setor automobilístico servirão como indutor de desenvolvimento de toda a cadeia produtiva do setor. O que deve levar essa onda de otimismo para novas áreas da indústria nacional.

Montadoras investem

Volkswagen (R$ 16 bilhões) – Ao seu plano de investimento de R$ 7 bilhões (2022-2026), a montadora alemã incluiu outros R$ 9 bilhões (até 2028), totalizando R$ 16 bilhões mais o lançamento de 16 modelo em quatro anos, incluindo descarbonização e carros híbridos, 100% elétricos e total flex.

GM (R$ 7 bilhões) – Em reunião com presidente Lula, em 24 de janeiro, no Palácio do Planalto, o presidente da General Motors International, Shilpan Amin, e o presidente para a América do Sul, Santiago Chamorro, anunciaram R$ 7 bilhões em investimentos até 2028.

BYD – Build Your Dreams – (R$ 3 bilhões) – A chinesa é a maior fabricante de carros elétricos do mundo e se reuniu com o presidente Lula para apresentar seu plano de investimento de R$ 3 bilhões que prevê a construção da primeira fábrica no Brasil. Meta é gerar 10 mil vagas de empregos, com produção inicial de 150 mil carros por ano.

Great Wall Motors – GWM (R$ 10 bilhões) – Segundo reportagem do Valor Econômico, entre 2023 e 2032, montadora investirá R$ 10 bilhões.

Renault (R$ 5,1 bilhões) – Valor de investimento da empresa de 2021 a 2027 será de R$ 5,1 bilhões.

CAOA (R$ 4,5 bilhões) – Para o período de 2021 a 2028, investimento total será de R$ R$ 4,5 bilhões.

Nissan (R$ 2,8 bilhões) – Empresa investirá no período de 2023 a 2025, R$ 2,8 bilhões.

Da Redação

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