Conheça: Wilma dos Reis, candidata a Secretária Nacional de Mulheres do PT

Eleição será no Encontro Nacional de Mulheres do PT, nos dias 26 e 27 de novembro

Com o tema “Reconstruir o país pelas mãos das mulheres”, o 13º Encontro Nacional de Mulheres do PT será realizado online entre os dias 26 e 27 de novembro de 2021. É um momento de grande importância para a organização das mulheres e o fortalecimento da agenda feminista dentro e fora do partido.

Dentre as atividades previstas para o Encontro está a eleição da nova gestão da Secretaria Nacional de Mulheres do PT. São três candidatas:

Anne Moura com a chapa ‘Feminismo é no plural’ – CNB, Avante, Esquerda Popular e Socialista, Movimento PT, Resistência Socialista, Socialismo em Construção

Mariana Janeiro com a chapa ‘Feminismo na luta para derrotar o fascismo’ – Militância Socialista e a Democracia Socialista

Wilma dos Reis com a chapa ‘Feminismo para tempos de guerra’ – Articulação de Esquerda

A participação e a votação seguirão os procedimentos que vêm sendo realizados pelo PT ao longo de todo processo de encontros virtuais.

Conheça Wilma dos Reis, brasiliense, moradora do Riacho Fundo II/DF, advogada e pós graduada em Políticas Públicas em Gênero e Raça.Militante petista feminista socialista, ela integra a Marcha Mundial das Mulheres no DF, e é membro do Coletivos Distrital e Nacional de Mulheres do PT e na Executiva do PT-DF. Wilma atua também no Conselho dos Direitos das Mulheres do DF e na Frente Brasil Popular no DF.

1) Quando e como você entrou no PT?

Comecei a militar no PT ainda na campanha do Lula em 1992, quando tinha 11 anos. Isso se deu porque meu padrasto atuava no Sindicato dos Rodoviários no DF. Com o tempo e a idade, fui entendendo melhor o projeto petista e me filiei em 2004, mas só tive a filiação efetivada em 2007. O que não me impediu de atuar no movimento estudantil na universidade e nas atividades políticas como petista.

2) Como foi sua trajetória na pauta feminista?

Desde criança, sempre questionei o papel que exigiam que eu cumprisse socialmente, apesar de nunca ter sido limada das brincadeiras ditas masculinas na infância e adolescência. Mas sempre me revoltei com o trabalho doméstico e de cuidados dos meus irmãos e o simples fato de não poder chamar um garoto para dançar numa festa.

Conheci o feminismo em 2005 por meio do movimento social, no caso, a Marcha Mundial das Mulheres. Desde então, além de estar nas fileiras da luta feminista nos territórios, sempre estudei para entender melhor o impacto do capitalismo e seus pilares (patriarcado, racismo e outras formas de opressões) na vida das mulheres trabalhadoras. E a partir daí, contribuir na oposição a esse sistema econômico e dialogar, ouvir e construir com as demais companheiras um projeto feminista socialista para todas nós, mulheres trabalhadoras.

No PT, comecei a atuar na Secretaria de Mulheres, em 2008. Foi quando conheci a construção do feminismo petista e entendi que tem total convergência com aquele projeto. E, junto com outras companheiras, lutamos e intervimos na instância e no partido pelo reconhecimento da construção histórica das petistas por um feminismo socialista e transversal. Uma luta feita a partir da luta de classes e contra esse sistema que em tempos de crises, como o atual, visa unicamente o aprofundamento da exploração já imposta.

3) Conte um momento que marcou sua vida na militância em defesa das mulheres

Tive vários momentos em que marcaram a minha vida na militância feminista. Sendo alguns deles, a otimização da Lei Maria da a Penha (luta dos movimentos feministas), a conquista da paridade nas instâncias partidária, a eleição da Dilma, a primeira mulher Presidenta do nosso país e em contrapartida, o golpe contra a classe trabalhadora e a democracia e os retrocessos que estamos sofrendo desde então. É muita luta e resistência desde 2015.

4) Na sua avaliação, quais os desafios da agenda feminista para o próximo período?

O maior desafio é derrubar esse governo genocida e, em paralelo, exercer a solidariedade de classe, principalmente, às companheiras que estão desempregadas, desamparadas pelo Estado.

Outro desafio é a construção de um plano de lutas que vise instrumentalizar, organizar e mobilizar as companheiras para fortalecermos nossa presença nas ruas e nos territórios e, também, nas eleições de 2022.

O enfrentamento ao avanço do conservadorismo não é só na sociedade, mas também, no partido. Estamos sofrendo retrocessos políticos internos que afetam diretamente nossa participação e o fortalecimento das nossas pautas, a exemplo no não cumprimento real da paridade nas instâncias, como nos cargos da Executiva Nacional, bem como, na distribuição do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas (FEFC) que está aquém da realidade do eleitorado brasileiro, que é composto por sua maioria de mulheres.  Além de não ser uma distribuição paritária, fere a nossa autonomia em gerir esse recurso, que é público e não tem critérios nítidos, muito menos, transparência na sua distribuição.

Esses são alguns, dos vários desafios que temos no próximo período.

Da Redação, Elas Por Elas

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