Conselho de Ética arquiva representação contra Juliana Cardoso

Petista, que era injustamente acusada em uma representação do PP por quebra de decoro não responderá mais ao processo disciplinar que poderia levar à perda de seu mandato

Gustavo Bezerra

A deputada Juliana Cardoso

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara rejeitou a representação do Partido Progressista (PP), em desfavor da deputada Juliana Cardoso (PT-SP). Dessa forma, a petista não responderá mais ao processo disciplinar que, em último caso, poderia levar – injusta e absurdamente – até à perda do mandato. A petista era acusada de quebra do decoro parlamentar por ter chamado de “assassinos” os parlamentares que votaram favoravelmente à urgência do projeto de lei do Marco Temporal na demarcação de terras indígenas (PL 490/2007), ocorrido no dia 24 de maio.

Na representação, o relator deputado Gabriel Mota (Republicanos-RR) reconheceu que, “apesar de fortes”, as palavras da deputada Juliana Cardoso estão respaldadas pelo que determina o artigo 53 da Constituição Federal. Segundo o dispositivo, “os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”.

Em sua defesa, a Juliana Cardoso disse aos membros do Conselho de Ética que em nenhum momento desejou ofender individualmente os parlamentares com suas palavras. Ela explicou que apenas expressou sua indignação “frente à aprovação da urgência para se votar uma matéria que prejudicava seu povo”. Juliana Cardoso é a primeira deputada federal com origem indígena do PT.

Violência política de gênero

“Agradeço ao relator pelo entendimento em cima do que diz a Constituição e por não consolidar uma violência política de gênero. Não houve ali qualquer intenção de ofender pessoalmente alguém ou mesmo o presidente desta Casa. Tenho experiência parlamentar como vereadora de São Paulo (por quatro mandatos) e sempre fiz o debate com a Mesa Diretora com respeito. Eu apenas estava defendendo o meu povo indígena, no debate do Marco Temporal”, explicou.

Em nota oficial publicada após o arquivamento da representação, por 13 votos favoráveis e apenas dois contrários, Juliana Cardoso agradeceu a compreensão do colegiado ressaltando que o arquivamento da ação ocorreu em uma data simbólica.

“Nesta data simbólica, que é Dia das Mulheres Indígenas e da Amazônia, a tentativa de violência política de gênero não prosperou”, afirmou.

Do PT na Câmara

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