Contra juros altos, centrais e movimentos populares convocam povo para atos

Ao Jornal PT Brasil, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, critica a manutenção da taxa Selic pelo BC. Confira onde serão os atos no país

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Contra juros altos, centrais sindicais e movimentos populares convocam povo brasileiro para ir às ruas nesta terça, 21. Foto: Reprodução

Contra a alta da taxa de juros praticada pelo Banco Central (BC), o povo brasileiro vai ocupar as ruas do país nesta terça-feira, 21. A mobilização nacional é organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), por centrais sindicais e movimentos populares.

Em entrevista ao Jornal PT Brasil nesta segunda-feira, 20, a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e também vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira, critica a manutenção da alta da taxa básica de juros (Selic), hoje em 13,75%, e explica que o principal problema é o encarecimento de todo investimento produtivo, o que provoca uma recessão econômica no país.

“O principal problema é que essa taxa encarece todo investimento produtivo, toda a economia. Na verdade, causa uma recessão na economia: ela joga a economia para baixo. Então, ela vai reduzir empregos e os empregos são fundamentais neste momento. Ela inibe o investimento produtivo. Se você comprar uma geladeira e a taxa Selic tá cara, a sua geladeira vai sair mais cara. A sociedade brasileira gasta mais porque todas as outras taxas de juros são baseadas nessa. O custo da captação dos recursos, pelos próprios bancos para emprestar, também fica mais caro. Mas, eles ganham com investimentos em tesouraria, então, ganham muito com a Selic alta. Por isso que defendem tanto que a Selic permaneça nestes patamares, inventando uma série de desculpas”.

Moreira também enfatiza que o Banco Central não é independente, pois serve aos interesses do mercado financeiro, deixando à mercê a população brasileira. Além disso, esclarece que o BC não é responsável pela política fiscal do país, e sim, o Ministério da Fazenda.

“Essa história de que o BC é independente é uma falácia. Porque quem escolheu o Campos Neto foi o Bolsonaro. A independência que eles chamam é o descasamento dos mandatos, então, o presidente Lula só vai poder trocar o presidente do BC em janeiro de 2025. Até lá, ele [Lula] tem que ficar com o presidente do BC que foi escolhido pelo Bolsonaro. E ele [Campos Neto] faz a política do Bolsonaro, do Paulo Guedes para a economia que é juros altos, por exemplo. Essa política está totalmente descasada com a vontade popular”.

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A presidenta da Contraf-CUT afirma ainda que o povo quer a redução da taxa de juros, quer emprego, renda, investimento produtivo e investimento para as empresas do Brasil. “É isso que o povo quer! O povo rechaçou a política de Paulo Guedes nas urnas, elegeu o presidente Lula pra mudar o Brasil. E o presidente Lula agora não pode mudar o presidente do BC e o presidente do BC não muda a política monetária, de juros, que é fundamental pra que o Brasil volte a crescer. O que ele [Campos Neto] faz é trabalhar contra o Brasil”.

Reivindicações

Além da queda da taxa básica de juros (Selic), o protesto reivindica a democratização do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (CARF) e a saída do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, aliado de Bolsonaro.

Sindicalistas e representantes das centrais sindicais Força Sindical, CTB, UGT, CSB, NCST, CSP Conlutas, Intersindical, A Pública e os movimentos Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular ressaltam que a alta taxa de juros paralisa a economia e impede o país de crescer, gerar emprego, distribuir renda e facilitar o acesso ao crédito.

O presidente da CUT, Sérgio Nobre, convoca a sociedade para participar dos atos em cidades que tenham sede do Banco Central. Veja abaixo:

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O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, e parlamentares do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras (PT) também se manifestam em suas redes sociais contra a alta dos juros no Brasil:

Locais dos atos

Os atos serão realizados em frente às sedes do Banco Central de cada cidade do país. Nas cidades onde não há sede do BC, os protestos acontecerão em locais de grande movimento. Confira abaixo:

Belém/PA: Boulevard Castilhos França, 708 – Campina, às 9 horas.

Belo Horizonte/MG: Av. Álvares Cabral, 1605 – Santo Agostinho, às 10 horas.

Brasília/DF: Setor Bancário Sul (SBS), Quadra 3, Bloco B, Edifício Sede do BC, às 12h30.

Curitiba/PR: Av. Cândido de Abreu, 344 – Centro Cívico, às 11 horas.

Fortaleza/CE: Av. Heráclito Graça, 273 – Centro, às 9 horas.

Porto Alegre/RS: Rua 7 de Setembro, 586 – Centro, às 12 horas.

Rio de Janeiro/RJ: Av. Presidente Vargas, 730 – Centro, às 11 horas.

Recife/PE: Rua da Aurora, 1259 – Santo Amaro, às 9 horas.

Salvador/BA: 1ª avenida, 160 – Centro Administrativo da Bahia (CAB), às 9 horas.

São Paulo/SP: Av. Paulista, 1804 – Bela Vista, às 10 horas.

Da Redação, com informações da CUT

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