Cuba garante 100 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 em 2021

Imunizante Soberana 02, produzido pelo Instituto Finlay passa pela fase 2 de testes, com 900 voluntários vacinados em Havana na segunda-feira (18). Países como Vietnã, Irã, Venezuela, Paquistão e Índia já demonstraram interesse na compra da vacina. “Não somos uma empresa multinacional na qual o retorno [financeiro] é a razão número um. Trabalhamos diferente, nossa prioridade é a saúde”, afirma o diretor do instituto, Vicente Vérez

Honrando a histórica tradição de expertise no campo da medicina, Cuba prova mais uma vez que pode oferecer valiosas contribuições para o avanço da ciência e salvar vidas. Nesta quarta-feira (20), o diretor do Instituto Finlay, responsável pela produção do imunizante Soberana 2, anunciou que Cuba disponibilizará 100 milhões de doses da vacina em 2021, suficientes para atender toda a população cubana e outros países. Na segunda-feira (18), os testes com a vacina avançaram para a fase 2, com 900 voluntários imunizados em Havana.

“Estamos reorganizando nossa capacidade produtiva porque realmente temos muita demanda pela vacina e temos que nos preparar”, disse o diretor do Instituto Finlay, Vicente Vérez, durante uma entrevista coletiva no laboratório da entidade. Segundo o diretor, Vietnã, Irã, Venezuela, Paquistão e Índia estão entre os países já interessados na aquisição do imunizante.

O Finlay também está concentrado do desenvolvimento da Soberana 1, ainda em fase inicial de testes. De acordo com a ‘Associated Press’, outros centros de biotecnologia da ilha caribenha estão trabalhando em mais duas vacinas contra a Covid-19, a Abdalá e a Mambisa.

Foco é salvar vidas, não o lucro

O pesquisador sustenta que o foco do trabalho do instituto é salvar vidas e não lucrar em cima das necessidades clínicas da população, caso dos laboratórios de países ricos. “Não somos uma empresa multinacional na qual o retorno [financeiro] é a razão número um. Trabalhamos diferente, nossa prioridade é a saúde”, afirmou Vicente Vérez, na coletiva.

Segundo Vérez, a estratégia de Cuba para comercializar a vacina é uma combinação humanitária e de impacto na saúde, aliada à necessidade de o sistema cubano apoiar (financeiramente) a produção de vacinas e medicamentos para o país.

A reportagem da ‘AP News’ ressalta que, apesar de ser um país pequeno, Cuba possui um centro científico avançado que produz quase todas as vacinas necessárias ao país e medicamentos de última geração.

Reinfecções e mutações do vírus

De acordo com Vérez, o imunizante não contém o vírus vivo, mas partes dele. A imunidade, portanto, é gerada sem causar reações maiores. Ele frisou que a vacina não precisa de refrigeração extra, caso de outros imunizantes, e é que segura e eficaz.

Ao mesmo tempo, os cientistas do instituto trabalham em conjunto com países como Itália e Canadá para verificar o impacto das vacinas, especialmente da Soberana 01, em pessoas que já tiveram Covid-19 e estão convalescendo ainda com risco de reinfecção. Além disso, a eficácia é avaliada sob a luz das novas mutações, como as descritas na Grã-Bretanha, Japão e Califórnia.

Os testes com a Soberana 02 irão prosseguir nas próximas semanas com a participação de 150 mil pessoas, informou o pesquisador. Outro teste será realizado em fevereiro a fim de imunizar crianças. O próximo passo será a imunização em massa.

Da Redação, com informações da ‘AP News

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