Democracia é comida na mesa, criança na escola e pais trabalhando

Participação popular, soberania alimentar e segurança financeira das famílias será a base de um novo Brasil. “Queremos um país onde todos tenham igualdade de oportunidades”, diz Lula

Sérgio Amaral

Família reunida, com comida na mesa. Foto: Sergio Amaral/MDS

O Brasil da paz, do amor, do respeito, da solidariedade, das oportunidades para todos, da prosperidade e da liberdade. O que é sonho pode virar realidade quando sonhado e realizado junto. Brasileiros e brasileiras provaram isso ao longo dos 13 anos de governos do PT. Agora, Luiz Inácio Lula da Silva convida toda a população a voltar a sonhar junto e reconstruir o país, devastado após quatro anos de trevas bolsonaristas.

Os pilares dessa reconstrução já foram assentados. São as 121 diretrizes do ‘Programa de Reconstrução e Transformação do Brasil’, do Movimento Vamos Juntos Pelo Brasil. Entre 20 de junho e 20 de julho, a plataforma recebeu a maior participação popular da história da democracia brasileira, com mais de 13 mil propostas vindas de cidadãos, sindicatos, movimentos sociais, coletivos de diversas origens e outras entidades.

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Todas as propostas foram sistematizadas e entregues à Comissão de Redação do Programa de Governo do Movimento Vamos Juntos Pelo Brasil, da qual fazem parte representantes dos diversos partidos que apoiam a chapa Lula e Geraldo Alckmin. O grupo as entregará às equipes de transição e dos futuros ministérios, caso a chapa repita o resultado do primeiro turno das eleições e vença também no segundo.

Ao contrário de Jair Bolsonaro, que em setembro reclamou ser “trabalho gigantesco” tirar as pessoas da miséria criada por seu desgoverno, Lula, Alckmin e aliados já trabalham duro para recolocar o Brasil na rota da esperança. Começa por “colocar o pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda”, como sempre diz Lula.

Por isso, o eventual Governo Lula começará implementando políticas públicas como o Desenrola Brasil, para renegociar as dívidas e limpar o nome de brasileiros endividados. Além de estimular a geração de emprego e renda, Lula vai retomar a política de valorização do salário mínimo com aumentos acima da inflação, extinta por Bolsonaro. Também vai lançar o programa Empreende Brasil, de crédito a juros dignos para micro, pequenos e médios empreendedores, os maiores empregadores do país.

Um Brasil com educação para todos e todas

“Queremos um país onde todos tenham igualdade de oportunidades, onde todos possam aprender uma profissão e com essa profissão essa pessoa ser independente”, disse Lula durante caminhada em Belford Roxo, município da Baixada Fluminense, nesta terça-feira (11). “Se a gente não tem profissão, a gente vai ganhar o salário mínimo. E nesse governo genocida, nem o salário mínimo aumenta, faz quatro anos que não sobe, que não aumenta a merenda escolar.”

Lula também disse que o Brasil quer ser exportador de conhecimento, de inteligência, mas para isso tem que voltar a investir na Educação. “Não venha me dizer que investir em educação é gasto. Educação é investimento rentável, porque cada menino e menina que se forma, que tem um diploma e vai exercer uma profissão qualificada vai valorizar nossos produtos no exterior, ficaremos mais competitivos”, argumentou.

Na véspera, Lula esteve ao lado de Alckmin em encontro com jornalistas, economistas, empresários, cientistas políticos e lideranças políticas, falando dos riscos do bolsonarismo. “Essa não é uma eleição fácil, nós não estamos dentro de um processo democrático normal. Eu perdi duas eleições para o Fernando Henrique Cardoso e fui pra casa chorar”, lembrou o candidato ao terceiro mandato presidencial.

“Mas este cidadão é anormal, ele não teve nenhuma formação civilizatória e pensa no Brasil pra ele. Suprema Corte, Formas Armadas, Congresso, ele acha que tudo é dele”, prosseguiu Lula. “Mas a gente vai recuperar esse país, nós vamos fazer a sociedade exercer a democracia.”

A população como protagonista nas decisões

“Quem vai defender a democracia se não os democratas?”, perguntou Geraldo Alckmin no encontro com os intelectuais. E de democracia o Partido dos Trabalhadores entende. Desde os tempos da redemocratização do Brasil, nos anos 1980, o Orçamento Participativo sempre fez parte do modo petista de governar, consagrando-se de vez nas gestões de Lula e Dilma Rousseff.

Entre 2003 a 2014, os governos do PT e organizações sindicais e da sociedade civil promoveram juntos 103 conferências, abrangendo mais de 40 áreas setoriais nas esferas municipal, regional, estadual e nacional. Nove milhões de pessoas participaram de debates sobre políticas públicas, desde as etapas municipais, livres, regionais, estaduais até a etapa nacional. Marcos civilizatórios importantes, como a Lei Maria da Penha, surgiram nesses encontros e foram implementados pelos governos Lula e Dilma.

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Nesta quarta-feira (12), antes da caminhada pelo Complexo do Alemão (RJ), Lula esteve com lideranças comunitárias para reafirmar o compromisso com um governo popular, voltado para os interesses do povo e com a participação efetiva das comunidades – como foi antes do golpe. “Vocês podem ficar certos que vai ter uma conferência nacional dos povos das favelas pra gente decidir as políticas públicas para as favelas”, garantiu.

Após o encontro com as lideranças comunitárias, Lula disse à multidão presente que implantará escolas em regime de tempo integral para crianças e jovens. “É uma necessidade, não apenas para as crianças serem cuidadas na escola, mas para evitar que balas perdidas matem crianças brincando na rua, como acontece no país”, apontou.

Em junho, durante ato em defesa da soberania em Porto Alegre (RS), Lula lembrou que a soberania de um país vai além de cuidar das fronteiras e das riquezas naturais. “Um país pode ter toda a riqueza do mundo, mas se o povo não tiver direito de tomar café da manhã, almoçar e jantar, esse país não é soberano”, afirmou o ex-presidente.

“Um país pode ter toda a riqueza do mundo, mas se o povo não tiver emprego e salário que dê para sustentar a família, onde está a soberania? Um país pode ter toda a riqueza do mundo, mas se o governante não cuida de forma responsável da política ambiental, para evitar o plantio de coisas desnecessárias em áreas que precisam ser preservadas, cadê a nossa soberania?”, prosseguiu. “A nossa soberania não pode ser um discurso, ela tem que ser uma prática”. É assim que Lula vai recolocar o pobre no orçamento.

Da Redação

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