Democracia tem que ser vivida e não pode ser teórica, diz Ivo Queiroz

Autor de livro lançado na Vigília Lula Livre propõe a união para atender as demandas da vida

Joka Madruga/Agência PT

Professor Ivo Pereira de Queiroz na Vigília Lula Livre

A Vigília Lula Livre teve na tarde desta quarta feira o lançamento do livro ‘Africanidades e Democracia’, de Ivo Pereira Queiroz, militante do Movimento Negro Unificado (MNU) e professor da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), onde fundou o Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (Neabi). Segundo Queiroz, “o livro conclama à união para atendermos às demandas da vida em seus aspectos sociais, econômicos e culturais, para termos uma democracia vivida”.

Para termos uma democracia que não seja apenas teórica, é preciso estarmos atentos ao processo eleitoral em curso, alertou o autor. “A vitória do candidato adversário vai agravar a precarização das condições de vida do povo negro. Basta ver que, sem que o candidato deles tenha sido eleito, os seguidores dele já se sentem autorizados a usar os mecanismos que ele apresenta como solução para o que acha serem os problemas nacionais, agredindo e matando pessoas”, afirmou.

A ameaça é real e preocupa Queiroz. “Estamos assombrados com esse discurso, perigosíssimo, que já se vê sendo implantado na prática, com terreiros religiosos sendo atacados e pessoas perdendo a vida”, disse. “Se o outro lado vencer, teremos em cada esquina alguém armado e seremos sempre suspeitos e matáveis”, acrescentou.

Ao contrário, a perspectiva de elegermos um governo petista com Fernando Haddad representaria a retomada de uma visão de País que contempla a todos, apontou Queiroz. “Quando Lula sancionou a Lei 10.639/2003, pudemos mostrar em sala de aula a presença africana no Brasil. Eu mesmo pude mostrar como os negros contribuíram na solução de problemas na agronomia, na farmácia, no desenvolvimento de novos materiais. Os alunos ficavam surpresos. Não estamos prontos para reconhecer a contribuição do negro em nossa sociedade”, observou.

A identificação do povo negro com Lula se explica pela própria trajetória pessoal e política do ex presidente. “Ele vem do povo, do Nordeste brasileiro. Quando Lula sair daqui da Polícia Federal, terá milhões de casas com as portas abertas para recebê-lo”, afirmou.

Por Luis Lomba, de Curitiba para a Agência PT de notícias

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