Deputado federal Zé Neto defende ampliação da internet às zonas rurais
Em entrevista ao Café PT, nesta sexta (21), parlamentar argumentou que informação rápida e de qualidade está entre os três principais anseios dos agricultores do país
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O deputado federal Zé Neto (BA) foi entrevistado pelo programa Café PT, nesta sexta-feira (21), e tratou da importância de se ampliar a internet à população rural do país. Na avaliação dele, o Brasil, que integra a lista das 10 maiores economias do mundo, precisa garantir a todos o acesso a novas tecnologias.
Zé Neto argumentou que a informação rápida e de qualidade está entre os três principais anseios da população do campo. Por isso, o deputado propõe, por meio de Projeto de Lei (PL), que o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) beneficie as zonas rurais e as periferias das grandes cidades.
“Isso é hoje uma pedra de toque do nosso desenvolvimento. E esse projeto vem, exatamente, no sentido de ampliar o escopo do atendimento do Fust […] para que possamos, com isso, ter condição de chegar melhor na nossa agricultura familiar, na nossa agroindústria, no campo”, resumiu.
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O parlamentar lembrou também que, para incrementar a produção, a agroindústria brasileira tem buscado incorporar o uso de satélites, computadores e Inteligência Artificial (IA).
“Eu conheço uma região no meu estado, Barreiras, uma parte que está dentro do espaço que você não está conseguindo chegar com banda larga. Mas tem lá o via satélite direto, com os links direto, que é caro. E isso tem que chegar para o pequeno”, defendeu Zé Neto, antes de ponderar que a IA vai modificar fundamentalmente todas as profissões, mas não tornará o agricultor obsoleto.
Investimentos públicos
O deputado federal ironizou a bolha bolsonarista e a aversão dela aos investimentos públicos em tecnologia ao citar o caso de Elon Musk, homem de confiança do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump. Zé Neto disse que foi graças aos investimentos feitos na Nasa que o bilionário sul-africano pôde levar adiante seus empreendimentos.
“Outro dia, eu vi o Elon Musk dizendo que eles não precisam da presença do Estado. Não precisam? Espera aí, até a riqueza que ele acumulou veio de onde? Da Nasa, das tecnologias todas que ele acessou para fazer a Starlink, para fazer tanta coisa. E veio de onde? Do recurso público”, pontuou.
O parlamentar refletiu ainda sobre a aversão que o agronegócio mantém em relação ao presidente Lula e a atribuiu, exatamente, à desinformação. “Ninguém investiu mais na agroindústria do que Lula”, enfatizou Zé Neto.
“E nada do que nós estamos vendo de tecnologia de produção estaria onde está sem os investimentos que foram feitos na Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária]. A Embrapa hoje tem alta tecnologia, mas para que a Embrapa possa chegar no campo, para que a Embrapa possa chegar no pequeno agricultor, no pequeno produtor, hoje, as ferramentas de telecomunicações são essenciais”, concluiu.
Tumulto tarifário
Por fim, o petista foi questionado sobre a guerra tarifária imposta pelos EUA ao mundo e sobre o PL 786/2025, apresentado por ele para preservar a competitividade dos produtos nacionais. Zé Neto falou em “quebra de paradigma” no comércio global e chamou de “desvairadas” as taxações de Trump.
“Nós estamos vendo que eles estão violando, de forma muito brusca, muita coisa do que foi estabelecido lá atrás com o Gatt”, expôs, referindo-se ao Acordo Geral de Tarifas e Comércio, de 1947, que regulava o intercâmbio entre os países.
“E esse projeto, exatamente, vem no sentido de trazer essa barreira de proteção, mas sem confusão. O que vai acontecer é que, na medida que eles forem tomando as medidas, a gente vai poder fazer um equilíbrio nessas taxações. A gente precisava de um mecanismo legal”, avaliou o deputado.
Da Redação, com informações do site da Câmara