Dilma: “Não há desenvolvimento nem salários dignos sem reindustrialização”

Em seminário promovido pelo PT, ex-presidenta Dilma Rousseff defende que retomar a industrialização do país deve ser prioridade do próximo governo

Alessandro Dantas

Dilma, em sua participação no seminário: “O mercado não garante a reindustrialização"

A ex-presidenta Dilma Rousseff defendeu, nesta segunda-feira (31), durante o Seminário Resistência, Travessia e Esperança, que o maior esforço do Partido dos Trabalhadores neste ano deve ser não só o de voltar à Presidência da República com Lula, mas de garantir a capacidade de governar para implementar as mudanças necessárias.

Nesse sentido, Dilma disse ser crucial a mobilização popular, que precisa ser mantida, inclusive, após as eleições, e a formação de uma ampla bancada de deputados federais e senadores que deem sustentação ao governo, uma vez que, hoje, o Congresso foi dominado por um “clientelismo fisiológico”, que decorre da “absoluta incapacidade de Bolsonaro de fazer qualquer gestão no país”.

Sobre as mudanças que se farão necessárias a partir de 2023, Dilma destacou o processo de reindustrialização, sem o qual o Brasil ficará condenado a ser uma grande fazenda (fornecedor apenas de produtos agrícolas para o restante do mundo) ou um grande banco (que serve apenas para atender os interesses do sistema financeiro).

“Este país não pode estar condenado a se tornar uma grande fazenda nem tampouco um grande banco. Nenhum país do mundo consegue um bom nível de desenvolvimento e salários dignos sem um processo de reindustrialização”, defendeu Dilma, para logo em seguida destacar a importância do Estado nesse processo. 

“É fundamental a presença do Estado brasileiro, porque o mercado não garante a reindustrialização. Pelo contrário, o que nós estamos vendo é que esta etapa do neoliberalismo leva também os países a se transformarem em grandes bancos, como é o caso dos Estados Unidos hoje”, acrescentou.

Legado

Dilma destacou ainda que o Partido dos Trabalhadores chega a 2022 com muitos exemplos a mostrar sobre sua capacidade de colocar o país em um caminho de desenvolvimento e justiça social. “O PT não se apresenta de mão vazias”, afirmou.

Entre as várias conquistas obtidas pela sociedade brasileira no período em que ela e Lula governaram, Dilma mencionou a saída do Mapa da Fome, o maior acesso à educação e à saúde, a política de valorização do salário mínimo e a estabilidade dos preços dos combustíveis, entre outros. “Tudo isso destruído pelo senhor Jair Bolsonaro”, denunciou.

O seminário

Realizado de forma remota nesta segunda e terça-feira (31 e 1º), o Seminário Resistência, Travessia e Esperança é promovido pelo Partido dos Trabalhadores, pelas bancadas do PT na Câmara e no Senado, pela Fundação Perseu Abramo e pelo Instituto Lula.

Em formato híbrido, ele visa discutir o legado dos governos petistas, analisar a conjuntura e debater propostas para a reconstrução nacional, além de preparar os atores internos e aliados para os embates de 2022 e seus enfrentamentos políticos e eleitorais no Congresso e na sociedade. 

Além de deputados e deputadas, senadores e dirigentes nacionais do PT, participam representantes de CUT, CNTE, ANDIFES, CONTAG, MST, MAP, MAB, ABJD, Prerrogativas, Coalizão Negra, FUP, CNE, UNE, UBES, Dieese, NAPPs, Núcleos da Bancada, Assessoria Técnica e Comunicação, Unicopas.

Da Redação

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