Diretório do PT cria comissão para acompanhar casos de violência política

Campanha é mobilizada por setoriais do PT, Fundação Perseu Abramo (FPA) e presidência da Comissão dos Direitos Humanos do Senado. Nesta quinta, audiência pública irá debater crescimento da violência no país

Alessandro Dantas

Diretório Nacional do PT cria comissão para acompanhar casos de violência política no Brasil

O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) quer combater a violência política no Brasil e formou uma comissão para debater o assunto em uma audiência pública. Com a proximidade do pleito eleitoral de 2022, é imprescindível discutir de forma ampla e democrática a violência que vitimiza principalmente as mulheres, negros, negras e a população LGBTQIA+.

Nesta quinta-feira, 17, o tema será tratado por uma comissão coordenada pela Secretaria de Assuntos Institucionais do PT, formada pelas secretarias nacionais de Mulheres, Combate ao Racismo, LGBT, Juventude, Setorial Nacional de Direitos Humanos, pela Fundação Perseu Abramo (FPA), pelo NAPP/Mulher e pela Comissão dos Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal, que vai promover o evento.

“Se a violência política cresceu no último período, neste ano eleitoral de 2022, devemos estar mais atentos e preparados para combater, coibir, evitar e condenar esta prática nefasta para a democracia”, enfatiza o secretário Nacional de Assuntos Institucionais do PT, Joaquim Soriano.

A comissão, presidida pelo senador Humberto Costa (PT/PE), vai apresentar um canal de comunicação específico para o recebimento de denúncias contra parlamentares do partido. Um Memorial da Violência Política, com casos ocorridos no país entre 2020 e 2022, também será apresentado durante a audiência pública, que está agendada para acontecer às 14h.

“A violência política tem classe, tem gênero, tem raça, tem orientação sexual. Ela se constitui numa prática inaceitável que vitima diuturnamente, sobretudo, as mulheres, a população negra e a comunidade LGBTQIA+. Isso precisa ser duramente combatido pela sociedade e pelas estruturas oficiais do Estado”, ressalta o senador.

Humberto Costa alerta que a cada quatro dias, o Brasil registra, em média, um ato de violência política, sem que 60% dos crimes tenham sido solucionados. No caso das mulheres, a maior parte das vítimas de violência política está na representação legislativa, “o que justifica a mobilização do Congresso Nacional para combater essa chaga social”.

“A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado tem um importante papel, e a realização desta audiência pública será um espaço privilegiado para debatermos o tema e tirarmos ideias que nos ajudem no enfrentamento desse terrível problema.”

Casos de violência no Brasil

De acordo com o relatório “Violência Política e Eleitoral no Brasil”, houve um aumento no número de atos violentos contra a vida nos últimos anos. A pesquisa, realizada pela Terra de Direitos e Justiça Global, mapeou 327 casos de violência política entre 1º de janeiro de 2016 e 1º de setembro de 2020.

De acordo com o estudo, as violências registradas englobam assassinato, atentados, ameaças, agressões, ofensas, invasões e casos prisão ou tentativa de detenção e agentes políticos, pré-candidatos, candidatos ou eleitos.

Foram convidados para a audiência o deputado Carlos Veras (PT-PE), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados; o representante #VoteLGBT; o representante Movimento Negro Unificado; o representante Instituto Marielle Franco; e o representante ONU Mulher e representante Terra de Direitos.

Da Redação, com informações do PT no Senado

 

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