Efeito Lula e propaganda inteligente: Freixo explica recorde de arrecadação com turismo

Segundo o presidente da Embratur, a melhora da imagem do país graças a Lula e um marketing que aproveita a diversidade brasileira explicam a arrecadação de US$ 6,9 bi com turistas estrangeiros em 2023

Reprodução/TvPT

Marcelo Freixo: “Em 2023, não tivemos Copa do Mundo, mas tínhamos um baita artilheiro à frente do Brasil, que é o presidente Lula”

Dois fatores principais explicam o recorde de arrecadação com o turismo internacional batido pelo Brasil em 2023: a recuperação da imagem do país no exterior, promovida pelo presidente Lula, e um trabalho de promoção baseado em coleta de dados feita de forma inteligente.

Foi o que explicou, nesta terça-feira (6), em entrevista ao Jornal PT Brasil, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, um dos principais responsáveis pelos excepcionais resultados colhidos pelo setor, uma vez que dirige a agência responsável por estimular a vinda de turistas estrangeiros para o país (assista à íntegra da entrevista abaixo). 

Segundo o Banco Central, no ano passado, os turistas de outros países deixaram no Brasil US$ 6,9 bilhões, o maior valor já registrado. O número surpreende porque conseguiu superar os US$ 6,8 bilhões arrecadados em 2014, ano em que a Copa do Mundo foi realizada no país.

“Em 2023, não tivemos Copa do Mundo, mas tínhamos um baita artilheiro à frente do Brasil, que é o presidente Lula”, disse Freixo. “A frase dele, ‘O Brasil voltou’, foi a que a gente mais usou nas campanhas publicitárias da Embratur para promover o Brasil. Essa conjuntura política foi muito favorável para a gente bater esse recorde já no primeiro ano da nossa gestão”, completou.

Além do fator Lula, acrescentou Freixo, a Embratur “fez o dever de casa”. Montou uma equipe técnica e passou a trabalhar com informações de qualidade a respeito dos vários tipos de turistas que visitam o Brasil. 

“Hoje, sabemos melhor o que mais atrai o turista argentino, o americano, o europeu. Um busca mais natureza, outro mais gastronomia, outro sol e praia. E a vantagem é que o Brasil tem tudo. Essa diversidade é a riqueza do recado que a gente tem que dar. Isso permitiu a gente criar uma política de promoção (da imagem do Brasil) baseada em que recado certo se dá em cada lugar”, explicou.

Emprego e renda

Freixo disse estar convencido de que o turismo representa o futuro da economia brasileira, com um imenso potencial para gerar postos de trabalho. “Quando a gente fala que arrecadou US$ 6,9 bilhões, isso quer dizer emprego e renda. O turismo hoje é 8% do PIB. É muito. O petróleo é 12%”, comparou.

“Quando a gente olha para o século 21, o futuro está no turismo. O turismo é economia sustentável, pode gerar trabalho de base comunitária. É um grande futuro, uma grande expectativa”, acrescentou, lembrando que a cadeia econômica do turismo é muito democrática. 

“Ela vai do vendedor de mate e do motorista de táxi ao dono do hotel. Ele é muito responsável pelo primeiro emprego e pelo emprego de mulheres, negros. É uma atividade que, se melhor organizada, pode ser mais justa e o grande futuro da economia brasileira”, enfatizou.

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Base comunitária

Segundo ele, o potencial não está só no turismo de massas, que é fundamental pela quantidade de recursos que atrai e empregos que gera — só no carnaval, o Brasil deve receber 200 mil estrangeiros, que deve deixar aqui cerca de R$ 900 milhões. Há, porém, espaço para um turismo mais segmentado, que, bem explorado, pode trazer excelentes resultados.

Um exemplo é o afroturismo, que tem o potencial de atrair milhares de turistas todos os anos para o Brasil e ainda nnao está totalmente explorado. 

“O turismo não é só lazer. Pode fazer um quilombola viver do seu quilombo graças a um turismo de base comunitária, que é menor, mas que gera emprego e renda. Os quilombos hoje precisam do turismo para manter sua cultura, sua tradição”, esclareceu. 

Da Redação

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