Efeito Lula: IGP-M cai para 0,07% em janeiro, com queda acumulada de 3,32% em 12 meses

Segundo a FGV IBRE, resultado foi puxado por forte queda no preço de matérias-primas como minério de ferro e milho em grão

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Bom momento: dado de janeiro de 2024 ficou abaixo do consenso LSEG de analistas, que previam inflação de 0,26% no mês

Em mais um avanço registrado pelo governo Lula, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) surpreendeu e caiu de 0,74% para 0,07% entre dezembro e janeiro, segundo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE). Esse resultado representa uma queda acumulada de 3,32% nos últimos 12 meses. Em janeiro de 2023, o índice tinha registrado alta de 0,21% e acumulava aumento de 3,79% em 12 meses anteriores.

O dado de janeiro de 2024 ficou abaixo do consenso LSEG de analistas, que previam inflação de 0,26% no mês.

O IGP-M é calculado a partir de outros três índices de preços, cada um com um peso diferente: o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), que corresponde a 60% do cálculo do IGP-M, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), com peso de 30% e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), com 10%.

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“Nesta edição, o Índice de Preços ao Produtor mostra arrefecimento dos preços das Matérias-Primas Brutas (de 3,06% para 0,49%), o que se mantido nas próximas apurações, pode antecipar a desaceleração dos preços de alimentos industrializados, cujos preços, neste momento, sinalizam aceleração, passando a variação de 0,92% para 1,19%”, explicou André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.

A desaceleração desse grupo foi principalmente influenciada por itens-chave, tais como a soja em grão, que passou de uma alta de 2,03% para uma queda de 5,98%, o minério de ferro, que reduziu seu aumento de 4,63% para 2,87%, e o milho em grão, cuja taxa diminuiu de 11,30% para 6,22%.

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Em contraste, alguns itens tiveram um comportamento de alta, entre os quais se destacam o algodão em caroço, com variação de -1,25% para 3,14%, o leite in natura, que se alterou de -1,14% para -0,06%, e o arroz em casca, que teve um leve aumento de 7,70% para 7,78%.

Segundo Braz, no âmbito do consumidor, a inflação segue muito concentrada nos grupos Alimentação (de 0,55% para 1,62%) e Educação, Leitura e Recreação (de 0,65% para 2,11%).

No primeiro grupo, os preços dos alimentos in natura subiram, refletindo problemas de ofertas típicos da estação. No segundo, destaca-se o aumento dos Cursos Formais (de 0,00% para 4,78%). Por fim, a taxa de variação do INCC permaneceu estável, passando de 0,26% para 0,23%”, conforme Braz.

Índice de Preços ao Produtor Amplo

Segundo a FGV IBRE, em janeiro o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) apresentou uma queda de 0,09%, uma variação inferior à observada em dezembro, quando houve um aumento de 0,97%.

Conforme o levantamento, a partir de uma análise dos diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais registrou um aumento de 1,06% em janeiro, superando a taxa de 0,86% registrada no mês anterior.

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Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos processados, cuja taxa evoluiu de 0,92% para 1,19% no mesmo intervalo. Além disso, o índice correspondente a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, também apresentou uma elevação, passando de 0,45% em dezembro para 0,58% em janeiro.

Bens Intermediários

A taxa do grupo Bens Intermediários caiu 1,62% em janeiro, marcando uma desaceleração em comparação à variação de -0,74% registrada no mês anterior, segundo a FGV IBRE. O principal fator que influenciou esse movimento foi o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -2,77% para -6,73%.

O índice de Bens Intermediários (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) caiu 0,63% em janeiro, após queda de 0,34% observada em dezembro.

Índice de Preços ao Consumidor

Em janeiro, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) registrou variação de 0,59%, um aumento considerável em relação à taxa de 0,14% observada em dezembro. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, seis delas exibiram um crescimento em suas taxas de variação. O maior impacto veio do grupo Alimentação, cuja taxa de variação ascendeu de 0,55% para 1,62%.

Dentro dessa classe de despesa, segundo a FGV IBRE, é importante destacar o aumento significativo no preço das hortaliças e legumes, que saltou de 2,65% na medição anterior para 12,41% na atual.

Também apresentaram avanço nas taxas de variação os seguintes grupos: Educação, Leitura e Recreação (0,65% para 2,11%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,32% para 0,19%), Comunicação (-0,39% para -0,07%), Vestuário (0,00% para 0,16%) e Despesas Diversas (0,07% para 0,10%).

Segundo a FGV IBRE, vale destacar o comportamento dos seguintes itens dentro dessas classes de despesa: cursos formais (0,00% para 4,78%), artigos de higiene e cuidados pessoais (-2,28% para -0,38%), tarifa de telefone residencial (-2,46% para -0,67%), serviços de confecção (0,00% para 1,50%) e alimentos para animais domésticos (-0,55% para 0,00%).

Por outro lado, os grupos Habitação e Transportes exibiram uma redução em suas taxas de variação, com Habitação passando de 0,23% para 0,16% e Transportes de -0,15% para -0,16%. Dentro dessas classes de despesa, segundo o estudo, é importante destacar itens específicos: o aluguel residencial, que reverteu de um aumento de 0,51% para uma queda de 0,88%, e a tarifa de táxi, que teve uma redução significativa, de um aumento de 6,89% para uma queda de 2,20%.

Ouça o Boletim da Rádio PT:

Índice Nacional de Custo da Construção

Em janeiro, o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) registrou uma variação de 0,23%, um valor ligeiramente inferior à taxa de 0,26% observada em dezembro.

Conforme a FGV IBRE, a partir da análise dos três grupos constituintes do INCC, observam-se as seguintes variações na transição de dezembro para janeiro: o grupo Materiais e Equipamentos apresentou uma diminuição, passando de 0,30% para 0,09%; o grupo Serviços teve um aumento de 0,09% para 0,20%; e o grupo Mão de Obra registrou um crescimento, variando de 0,23% para 0,42%.

Da Redação

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