Elas Por Elas entrevista Flavia Victoria, trabalhadora na França

Como as ações do governo francês minimizaram os impactos da pandemia na vida de uma policial, mãe de cinco filhos e marido comerciante 

Ana Clara, Agência Todas

 

Assim como o Brasil, a França também foi atingida pela pandemia mundial de Coronavírus e as mulheres trabalhadoras foram uma das primeiras a sofrerem os impactos. No entanto, ao contrário do governo irresponsável de Bolsonaro, o presidente francês, Emmanuel Macron, cumpriu o dever do cargo público, não ignorou as autoridades sanitárias e tomou diversas medidas de proteção social, econômica e de segurança em saúde para minimizar os efeitos da pandemia. 

Como políticas de governo podem amenizar os efeitos da quarentena na vida das mulheres? Conversamos com Flavia Victoria, 36, policial concursada na França, mãe de 5 filhos, casada com comerciante. A sua função é gestora do patrimônio imobiliário, na Gendarmerie Nationale, o equivalente a uma policial militar com atribuições de guarda civil. Ela cuida de patrimônios públicos na região parisiense, entre aeroportos militares, delegacias, moradias de policiais, casernas, etc. Ela mora em Maisons-Alfort, uma cidade localizada a 3km de Paris. 

Antes da pandemia, Flávia Victoria tinha uma rotina intensa, das 9h às 18h, no mínimo, além de plantões obrigatórios de 24 horas. Os filhos ficavam na escola, em período integral, e a bebê com o marido em casa. Os pais de Flávia também moram na França e ajudam com a rotina das crianças, pois duas das crianças têm ‘necessidades especiais’ e necessitam de acompanhamento médico e escolar específico. 

Com a quarentena, ela foi dispensada do trabalho pela composição familiar e porque dois, dos cinco filhos, são considerados do grupo de risco. “Como as aulas estão suspensas, fui autorizada a não trabalhar”, explica Flávia. 

A policial francesa está com o marido e as crianças em Toulouse, uma cidade mais afastada de Paris, e portanto menos afetada pela doença. Eles estão em confinamento total há seis semanas, todos os comércios estão fechados e apenas o marido vai às compras semanalmente. “A rotina ficou mais leve, pois fazemos escola à distância e apenas cuidamos da casa e das crianças”, explica Flávia. 

Apesar da tensão permanente com o aumento dos casos, a família está satisfeita com as medidas do governo francês para proteger a população. “Meu marido é comerciante e recebeu ajuda financeira para as despesas, foi dispensado de pagar os salários dos funcionários que foi integralmente assumido pelo governo”, relata a policial. O comércio da família está fechado desde 17 de março e, por conta disso, a renda familiar diminuiu. “Estamos fazendo a nossa parte”, reforça Flávia. 

Questionada sobre como ela vê a situação no Brasil, ela se diz muito pessimista e preocupada com o governo e a irresponsabilidade dos brasileiros em relação à coletividade. “A mídia francesa divulga os discursos do presidente Bolsonaro contra o confinamento e os franceses não entendem como esse cara foi eleito”, revela. 

Nem a gente, Flávia. Nem a gente.

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