Em dois anos, Temer reajustou 245 vezes o preço da gasolina

Desde que deram o golpe, o governo ilegítimo reajustou o preço dos combustíveis 16 vezes mais que os Governos do PT em 13 anos

Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Caminhão-tanque abastece posto de combustível em Brasília

Em apenas dois anos, o governo golpista de Michel Temer reajustou nada menos que 245 vezes o preço da gasolina e 224 vezes o preço do diesel, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O número estratosférico de reajustes, para baixo e para cima, reflete a política de preços adotada pela Petrobras sob a gestão golpista, que oscila com o mercado. A consequência é que os preços dos combustíveis cresceram acima da inflação, contribuindo para pressionar ainda mais o já comprometido orçamento das famílias brasileiras.

De julho de 2016 a julho de 2018, a inflação acumulada (IPCA) é de 7,6%. Nesse mesmo período, o valor médio do litro da gasolina na bomba passou de R$ 3,770 para R$ 4,492: um aumento de 20% – quase 3 vezes mais do que a inflação para o período, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

O preço do diesel seguiu a mesma dinâmica, até a greve dos caminhoneiros, que pressionou o governo a reduzir o custo desse derivado. O preço do litro do diesel na bomba, que era R$ 3,118 em julho de 2016, chegou a R$ 3,629, em maio de 2018 – um aumento de 16%.

Já o botijão de gás sofreu o aumento mais escandaloso de preço, pela proporção e por prejudicar proporcionalmente mais a população pobre. Em julho de 2016, o preço médio do botijão era R$ 59,430. Já em julho de 2018, chegou a R$ 68,575 – um aumento de 29,8% – quase 4 vezes mais do que a inflação acumulada no período.

Além da política de preços da Petrobras, outra decisão do governo ilegítimo foi fundamental para levar ao atual quadro de preços exorbitantes. Foi a redução da produção nas refinarias nacionais e o anúncio da venda de quatro plantas, medidas que abriram espaço para o aumento da participação de empresas privadas no setor e para a entrada de capital estrangeiro.

A exportação de petróleo cru disparou, enquanto a importação de derivados bateu recordes. A importação de diesel se multiplicou por 1,8 desde 2015. A importação desse produtos dos Estados Unidos aumento 3,6 vezes, passando de 41% do total em 2015 para mais de 80% do total importado para o Brasil em 2017, segundo informações da Associação de Engenheiros da Petrobras.

Muito mais vulnerável, o país perdeu sua capacidade de intervir sobre os preços, especialmente em casos que o mercado internacional varia em função de questões geopolíticas como guerras. Com Temer, o Brasil voltou aos níveis de refino de 2005, em um retrocesso de 10 anos em apenas 2.

Política de Lula para o petróleo

Desde 2003, o volume de petróleo refinado em território nacional apresentou aumento ano a ano, com exceção de 2008. Em 2003, foram refinados em território nacional 591,35 milhões de barris. Em 2010, no último ano de Governo Lula, foram 661,83 milhões de barris.

O ano de maior produção da série histórica foi 2015, com 724,16 milhões de barris. Desde então, a cada ano, o volume de refino vem caindo, chegando a 635,51 milhões de barris em 2017, ou seja, 88,6 milhões a menos que em 2015.

Entre janeiro de 2003 e junho de 2016, a Petrobras também optou por manter os preços dos derivados de petróleo mais estáveis, reduzindo o impacto das flutuações internacionais. Nesse período, a gasolina e o diesel sofreram apenas 15 reajustes de preços.

Com o aumento da capacidade de refino de petróleo no Brasil, diminuiu também a vulnerabilidade do país ao mercado internacional; reduzindo a necessidade de importação de combustíveis, o que, por consequência, contribuiu para segurar o preço dos combustíveis na bomba.

Industria naval

Com a redução na produção das refinarias, toda a cadeias do petróleo foi afetada. Um dos setores que mais sentiram os efeitos colaterais da medida foi a indústria naval.

De acordo com o Sindicato da Construção Naval (Sinaval) entre 2014 e 2017, mais de 50 mil postos de emprego foram fechados no setor, que produz navios, plataformas e outras grandes estruturas para exploração e transporte de
petróleo e derivados.

A projeção para o futuro é ainda mais estarrecedora: até 2020, a expectativa é de fechamento de mais 16 mil postos no setor, caso as atuais políticas golpistas continuem em voga. Se essa expectativa se confirmar, a indústria naval, que já
empregou 81 mil pessoas em 2014, pode chegar a somente 15 mil empregados em 2020, voltando ao patamar de 2004.

Da redação da Agência PT de notícias

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