Em Ribeirão Preto, vereadora do PT é alvo de perseguição política

A vereadora Duda Hidalgo adverte que a violência política de gênero e a perseguição de seu mandato “não serão instrumento para cercear o trabalho em Ribeirão Preto”. TJ suspendeu processo que seria julgado nesta terça

Divulgação

PERSEGUIÇÃO: Votação de suspensão de mandato da vereadora Duda Hidalgo será nesta terça, às 15h

Perseguida por defender o presidente Lula, a vereadora Duda Hidalgo é novamente ameaçada de impedir seu mandato. Nesta terça-feira, às 15h, o Comitê de Ética da Câmara Municipal de Ribeirão Preto iria votar o processo de suspensão do mandato por 15 dias, mas o Tribunal de Justiça (TJ) acatou o recurso de Duda e suspendeu o processo. Duda estava sendo acusada de utilizar o veículo oficial da Câmara em eventos partidários.

Ela explica que quinze dias poderia parecer pouco, mas para uma injustiça, não importa o tamanho, ataca igualmente a democracia e a toda coletividade.

“Quinze dias para o nosso mandato que acompanha e fiscaliza de perto o Executivo Municipal, produz ações legislativas de interesse público, percorre os bairros da cidade dialogando, busca emendas parlamentares e recurso para toda a nossa população. Este trabalho é o que querem impedir que continuemos. Mas essa batalha ainda não acabou!”

A vereadora enfatiza que a violência política de gênero e a perseguição de seu mandato “não serão instrumento para cercear o trabalho em Ribeirão Preto”.

“Sou inocente e irei provar minha inocência seja no Plenário seja na justiça. Esse processo não passa de um ataque infundado de quem não respeita a democracia e o resultado das urnas, fenômeno sintomático do Brasil polarizado que vivemos hoje. Por isso, este não é um ataque apenas a mim, mas a própria Câmara”.

Ataque à democracia

Visto como um ataque à democracia , Duda ressalta a licitude de suas ações e recebe apoio de outros parlamentares nas redes sociais.

“Sei da licitude de todas as minhas ações enquanto vereadora e por isso irei recorrer de qualquer sanção. Meu trabalho sempre foi pautado em melhorar a vida do povo ribeirão-pretano e em defender o que eu acredito, aquelas pessoas que foram historicamente silenciadas e afastada dos espaços de poder. O motivo de todas as viagens que fiz no último ano foi trazer recursos para nossa cidade e conhecer projetos que possam ser replicados aqui, buscando sempre, como já disse, melhorar a qualidade de vida da população do nosso município”.

Veja a fala de Duda durante sessão legislativa da Câmara Municipal de Ribeirão Preto:

Ataques desde dezembro de 2021

A violência política, incentivada no governo de Jair Bolsonaro, por e-mails contra a vereadora iniciou em dezembro do ano passado, quando Duda foi atacada com teor racista.

Em fevereiro deste ano, a vereadora Duda Hidalgo foi novamente ameaçada de morte. A vereadora Duda Hidalgo acionou o Ministério Público e registrou um boletim de ocorrência.

As mensagens enviadas com redação no imperativo, ordenavam que Duda desistisse de sua atividade política, sob pena de ter sua “boca nojenta” calada pelo remetente anônimo “do pior jeito”.

Violência política no Brasil

Em fevereiro, o Partido dos Trabalhadores lançou a Campanha de Combate à Violência Política. O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) formou uma comissão para debater o assunto, que vitimiza principalmente as mulheres, negros, negras e a população LGBTQIA+.

A comissão é coordenada pela Secretaria de Assuntos Institucionais do PT e formada pelas secretarias nacionais de Mulheres, Combate ao Racismo, LGBT, Juventude, Setorial de Direitos Humanos, pela Fundação Perseu Abramo (FPA) e pela Comissão dos Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal.

Um mapeamento, realizado pela Terra de Direitos e Justiça Global, gerou o Memorial da Violência Política no país,  apresentado durante uma audiência pública da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal, que debateu o assunto. A radiografia reflete um cenário trágico de aumento no número de atos violentos contra agentes públicos: foram 107 casos de assassinatos e atentados somente em 2020.

Da Redação

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