Em SP, 1º de Maio mostra a força do povo contra retrocessos de Bolsonaro

Milhares de pessoas se unem em evento organizado pelas centrais sindicais com luta para barrar reforma da Previdência no centro da mobilização. Greve geral é anunciada

Rodrigo Pilha

Dia do Trabalhador em São Paulo

Enquanto Jair Bolsonaro insiste em governar (pelas redes sociais) como se ainda estivesse em campanha eleitoral e afunda o país em instabilidade, o povo tem dado mostras diárias de total descontentamento diante de sua política de retrocessos. Prova indiscutível foi dada neste 1º de Maio, quando trabalhadores e trabalhadoras das mais variadas categorias se uniram no centro de São Paulo para dar um recado claro ao atual desgoverno: nenhum direito a menos será aceito passivamente a partir de agora. 

Com ao menos 200 mil pessoas, o evento relembrou as grandes jornadas de luta da história recente nacional ao unir as principais centrais sindicais e lideranças de todos os partidos da oposição. Em comum, além do descontentamento generalizado com cortes na educação, perseguição aos movimentos sociais e a desastrosa política internacional, todos saíram as ruas para refutar a temida reforma da Previdência.

Um dos mais aguardados pela multidão que tomou conta do Vale do Anhangabaú foi o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, que mais uma vez deu uma aula ao despreparado presidente eleito a base de fake news. “Bolsonaro não está fazendo absolutamente nada de diferente do que o Temer já havia feito. Cadê o emprego e a renda? Só no mês passado perdemos 43 mil postos de trabalho com carteira assinada.  Nós na campanha dissemos que queríamos um livro numa mão e uma carteira de trabalho na outra, porque é o que acreditamos que vai levar o Brasil ao progresso: trabalho e educação

É um governo antipopular e antinacional, prossegue Haddad, o que faz o povo imediatamente ter saudades dos tempos em que um legítimo trabalhador brasileiro governava este país: Luiz Inácio Lula da Silva. “Nós não vamos ter paz e nem justiça enquanto Lula estiver preso. Nós queremos os bandidos na cadeia e Lula entre nós lutando pela dignidade e pela soberania deste país”.

Ato em São Paulo

Não menos combativa e com a postura incisiva de sempre, a presidenta Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, também relembrou do presidente com maior aprovação popular da história do Brasil e de como ele sempre uniu o povo brasileiro – ao contrário do atual, que insiste em declarar guerra contra seus adversários ou a qualquer um que critique o seu governo.  “Para o momento que nós passamos é muito importante esta unidade que o ato de hoje trouxe. Se Lula estivesse solto estaria aqui hoje ao nosso lado na luta, porque vivemos tempos difíceis.

Sobre a reforma da Previdência, a presidenta lembrou das propostas absurdas de Bolsonaro para amenizar o sofrimento de milhões de brasileiros e brasileiras. “Bolsonaro disse que vai trazer a carteira verde e amarela. Com ela, o trabalhador vai ser obrigado a trabalhar no emprego mais precário, por isso a importância de estarmos aqui (…) O PT, junto com Lula, vai estar onde sempre esteve na história: ao lado do povo brasileiro nas lutas e enfrentando esses que querem destruir o país”, concluiu a presidenta.

Greve geral contra a Previdência

Um dos desdobramentos do grande ato de 1º de Maio foi o anúncio da Greve Geral marcada para o próximo dia 14 de junho – a iniciativa é a reação urgente às recusas do governo em ouvir a oposição sobre os perigos de levar adiante a reforma da Previdência.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, a esquerda está mais unida do que nunca para a destruição da aposentadoria e a retirada de outros direitos garantidos à população. “As centrais sindicais, as frentes de luta, os movimentos sociais têm de estar unidos porque os ataques são muito grandes. E aqui é uma prova desta união que só vai aumentar a partir de agora. No dia 15 de maio teremos a greve dos professores e depois a greve geral da classe trabalhadora no 14 de junho. É isto que nos dá unidade, a certeza do enfrentamento”, reiterou.

O mesmo pensa João Pedro Stédile, da coordenação Nacional do MST, para quem o 1º de Maio deve ser sempre um dia de lutar pelos direitos do povo.  “Nós não estamos aqui hoje porque é feriado. Não é o dia do trabalho, é o dia do trabalhador (…) Nessa conjuntura de crise do Brasil é que os capitalistas ficam mais ferozes, querendo aumentar a exploração dos trabalhadores. Pra isso, eles estão se apropriando das nossas riquezas e querem acabar com os direitos da classe trabalhadora, com nossa aposentadoria”, avaliou, para depois também exaltar o legado de Lula a exemplo do que fez a maioria das lideranças presentes.

Para Guilherme Boulos, líder do MTST, a farsa  do desgoverno Bolsonaro já começou a ser desmontada. “Eles diziam que era Brasil acima de tudo, e o que temos visto é Bolsonaro lá em Washington lambendo botas do Trump, entregando a base de Alcântara e prejudicando a soberania nacional. Eles diziam que eram contra a corrupção, que iam acabar com o que tá aí, mas oferecem R$ 40 milhões para cada deputado que apoiar a reforma da Previdência. Um escândalo de quase 12 bilhões de reais. Quantas casas não se constrõem com R$ 12 bilhões? Quantas escolas? Quantas empregos?”, concluiu.

Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias

 

 

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