Erika Kokay é vítima de tratamento misógino na Câmara
A parlamentar foi repetidamente interrompida e impedida de falar pelo deputado Marcos Rogério (DEM-RO) durante análise da “Lei da Mordaça”
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A deputada Erika Kokay foi uma das principais vozes de oposição contra a "Lei da Mordaça"
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) foi vítima de tratamento machista e misógino pelo deputado Marcos Rogério (DEM-RO) durante sessão da Comissão Especial que analisou na noite de quarta-feira (11) o PL 7180/14, o chamado “Escola sem Partido”, também conhecido como “Lei da Mordaça”.
A votação foi barrada pelos deputados e deputadas da bancada petista e da oposição, que resistiram às investidas de parlamentares fundamentalistas que tentam impor o fim da autonomia e do pluralismo de ideias nas instituições de ensino.
“Eu posso falar ou o senhor vai me pôr uma mordaça também?”. Esse foi o questionamento da deputada diante das incontáveis interrupções de Marcos Rogério, que é o presidente da Comissão. Além disso, o parlamentar negou a palavra à Erika diversas vezes, acusando-a de “tumultuar as sessões”. Em outro momento, ele afirmou que não iria “abrir a palavra para quem quer procrastinar.”
A deputada Erika Kokay foi uma das principais vozes da oposição contra o projeto, e atitudes como essas do deputado Marcos Rogério refletem, explicitamente, a cultura machista e misógina que atinge as mulheres todos os dias na sociedade, reforçada pelo texto da “Lei da Modarça”, que, entre outros pontos, tenta impedir o debate de gênero.
A bancada do PT na Câmara emitiu nota de repúdio ao episódio e classificou o tratamento à deputada como “inaceitável”.
Confira a nota na íntegra
Nota de repúdio à misoginia conta a Deputada Erika Kokay
A Bancada do PT na Câmara expressa o seu repúdio ao tratamento inaceitável, marcado pela extrema rudeza, dispensado à deputada Erika Kokay pelo presidente da comissão especial que debateu o malfadado projeto denominado de “escola sem partido”.
Como se não bastasse ser vítima diária do exército de mercenários virtuais que disseminam ódio e mentiras contra a sua atuação parlamentar, Erika Kokay tem enfrentado de forma recorrente e sistemática um tratamento que é fruto de machismo e misoginia explícitas.
Tais atitudes não serão mais toleradas pela Bancada do PT na Câmara e, caso voltem a se repetir, serão tomadas medidas jurídicas cabíveis juntos aos órgãos competentes desta Casa.
Brasília, 11 de julho de 2018
Deputado Paulo Pimenta (PT-RS), líder do PT na Câmara dos Deputados
Deputado Décio Lima (PT-SC), líder da Oposição no Congresso Nacional
Por Geisa Marques, da Comunicação Elas por Elas
