Esquenta para Greve Geral tomará as ruas do Brasil nesta terça

Centrais sindicais aumentam força da mobilização conforme desmontes da Previdência e da CLT avançam no Congresso. Atos serão realizados em todo País

Paulo Pinto/Agência PT

Prepara para nova greve geral ganha peso nesta terça (20)

Esta terça-feira (20) será marcada por novos atos em todo Brasil contra as reformas trabalhista e da Previdência. A mobilização, organizada por nove centrais sindicais também pede por eleições Diretas Já. A Central única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores Brasileiros (CTB), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central, CSP-Conlutas, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Intersindical estão unificadas na preparação para a Greve Geral do dia 30 de junho.

Com o avanço da reforma Trabalhista no Senado (PLC 38/2017), as centrais ampliaram o peso dado para os atos desta terça. Após as mobilizações dos dias 8, 15 e 31 de março, a centrais orientam suas estaduais e ramos a ampliarem a pressão sobre os parlamentares que irão votar o texto.

A CUT orienta que, nesta terça, pela manhã, as suas organizações filiadas, em conjunto com as demais centrais e movimentos sociais, organizem panfletagens em terminais de ônibus, estações de trem e de metrô; e caminhadas pelo centro das respectivas cidades para dialogar com a população.

O presidente da CTB, Adilson Araújo, defende que a greve geral “é a celebração com conteúdo de classe”.

Em São Paulo, a mobilização começa pela manhã, com concentração na Praça Patriarca, às 10h, para panfletagem e caminhada unificada das centrais. Às 17h, ocorre o ato unificado na Praça da Sé, com todas as centrais, além da Frente Brasil Popular e Frente Povo sem medo.

“Durante o dia, faremos uma caminhada pelo centro da cidade com comerciários, municipais, trabalhadores do ramo bancário, entre muitas outras categorias. Também ocorrerão assembleias nas portas de fábrica e, no final do dia, vamos fazer um ‘arraiá’ contra a retirada dos direitos nesta luta contra as reformas”, afirmou o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo.

Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, haverá, às 5h da manhã, um mutirão no Aeroporto Internacional Salgado Filho. Às 17h30, acontecerá um ato no Largo Glênio Peres, no centro da capital gaúcha.

O ato no Aeroporto visa pressionar os deputados e senadores gaúchos que integram a base do presidente ilegítimo Michel Temer, para que votem contra as reformas da Previdência e trabalhista.

Já o ato no final da tarde no Largo Glênio Peres “irá fortalecer a mobilização das centrais sindicais e movimentos sociais rumo à greve geral para mostrar a população”. “Vamos parar novamente o Brasil para defender os direitos dos trabalhadores e impedir retrocessos civilizatórios”, salienta o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.

Em Florianópolis, haverá panfletagens pela manhã em fábricas e portas de escolas e um grande ato político e cultural, a partir das 16h30, em frente à Catedral Metropolitana.

“Dia 20 será o esquenta para a Greve Geral e vamos fazer uma manifestação que reunirá diversas categorias em defesa dos direitos que esse governo ilegítimo e esse Congresso com parlamentares golpistas querem roubar”, falou a presidenta da CUT-SC, Anna Rodrigues.

Entidades ligadas a CUT também programam panfletagem e diálogo com a população em diversos bairros de Manaus (AM) e, em Fortaleza (CE), no aeroporto Pinto Martins, a partir das 4h30, além de mobilizações nas capitais do Pará, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte e Tocantins.

Também há manifestações programadas para Salvador, na Bahia, às 15h no bairro de Campo Grande; em São Luís do Maranhão, com concentração na Praça João Lisboa, às 16h; em Minas Gerais, com audiência públicas sobre a situação das hidrelétricas mineiras, às 14h30, na Assembleia Legislativa e diálogo com a população nas estações do metrô e de ônibus; e no Mato Grosso com panfletagem a partir das 7h30 no centro de Cuiabá.

Greve dos agentes de saúde

Também está marcada para a terça-feira o início da greve dos Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) e dos Agentes de Combate às Endemias (Aces) de todo os país.

Convocada pela Federação Nacional de Agentes de Saúde e de Combate às Endemias (Fenasce), a greve tem como pontos centrais de sua pauta de reivindicação o reajuste do piso salarial nacional, que está congelado desde que foi criado, em 2014, e a formação de uma mesa nacional de negociação para discutir o piso e as demais demandas da categoria. Os atos e manifestações serão descentralizados pelos Estados e municípios.

Mobilizações históricas

No dia 28 de abril, o Brasil parou em uma greve geral histórica, que mostrou que o povo está disposto a lutar contra a retirada de direitos promovida pelo governo golpista. Nas principais cidades brasileiras, além da paralisação de trabalhadores de setores importantes, houve trancaços em avenidas e vias, além de manifestações durante todo o dia. As ruas vazias pela manhã, em decorrência da greve, contrastaram com grandes atos contra as medidas do governo golpista ao longo da sexta-feira.

Convocada como resposta as reformas da Previdência e trabalhista, a greve foi muito além dos sindicatos e envolveu toda a sociedade. Segundo as centrais sindicais, 40 milhões de brasileiros aderiram à greve em todo o país. Escolas e universidades públicas e particulares, bibliotecas e museus, por exemplo, não funcionaram. O movimento também não se limitou às capitais, e se espalhou por todo o Brasil, das metrópoles às cidades menores.

Além disso, as mobilizações contra os retrocessos também contam com o apoio da classe artística em todo Brasil. Os artistas já ocuparam as ruas de quatro cidades pedindo por Diretas Já neste ano. Na última sexta-feira (16), mais de 40 mil pessoas tomaram as ruas de Belo Horizonte em mais um ato por eleições “ Diretas Já”. A manifestação teve shows de diversos artistas e a participação maciça de estudantes que participam do 55º Congresso Nacional da União Nacional dos Estudantes (UNE). O ato se concentrou na Praça Afonso Arinos e seguiu em passeata até a Praça da Estação, onde aconteceram apresentações de artistas como Fernanda Takai, Erika Machado, Juarez Moreira, Chiquinho Amaral, Adriano Queiroga, Fábio Paladino e outros.

No dia 11 de junho, foi a vez de Salvador (BA). Um dos maiores cartões postais da Bahia ficou pequeno para aglutinar um verdadeiro mar de pessoas no Farol da Barra. Artistas consagrados no cenário nacional e internacional se uniram as centrais sindicais e mais de 80 mil trabalhadores baianos para exigir a saída do presidente Michel Temer e clamar por eleições diretas no país.

Em São Paulo, o ato aconteceu no dia 4 de junho. Mais de 100 mil pessoas ocuparam o Largo da Batata em um grande ato organizado por artistas, produtores culturais e grupos de carnaval, exigindo eleições Diretas Já e Fora Temer. Participaram vários nomes da música brasileira, como Tulipa Ruiz, Rael, Maria Gadú, Otto, Edgard Scandurra, Pitty, Paulo Miklos, Criolo, Emicida, Mano Brown, Chico Cézar e outros. Entre uma canção e outra, os artistas falaram da importância de eleições diretas como única saída para superar a crise política de maneira democrática.

No Rio de Janeiro, um grande show, no dia 28 de maio, reuniu intelectuais, artistas, parlamentares, lideranças sindicais e milhares de pessoas.  Dentre os artistas que participaram do ato estavam Caetano Veloso, Mano Brown, Milton Nascimento, Mart’nália, Teresa Cristina, Cordão da Bola Preta, Criolo, Otto, Mano Brown, Maria Gadú, BNegão dentre outros.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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