Estudante no RJ, Eduardo Bolsonaro ganhou cargo em BSB e levou 160 mil

Entre 2003 e 2004, durante 16 meses, filho 03 de Jair cursou Direito na URFJ e, ao mesmo tempo, ocupou cargo comissionado no PTB, partido de seu pai à época

Fábio Rodrigues Pozzebom - Agência Brasil

Durante quase 30 anos na Câmara dos Deputados, Jair Bolsonaro (PSL) fez a farra com o dinheiro público. Apresentou 2 míseros projetos de lei e favoreceu inúmeros parentes com cargos em seu gabinete. Desde que assumiu a Presidência, o hábito do nepotismo piorou. O próximo parente privilegiado será seu filho Eduardo Bolsonaro que Jair indicou para a embaixada brasileira nos Estados Unidos. Sem nenhuma experiência diplomática, o filho 03 aprendeu desde cedo a se aproveitar da mamata do dinheiro público.

Com apenas 18 anos, o atual deputado foi nomeado para um cargo comissionado na liderança do PTB em Brasília, partido de Jair em 2003. De acordo com reportagem da BBC Brasil, o emprego exigia que Eduardo trabalhasse 40 horas semanais, com remuneração de R$ 3.904 por mês (R$ 9.780 na cotação atual). Só existia um detalhe: três dias antes da nomeação, Eduardo foi aprovado no curso de Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

R$ 160 mil e 1.100 km de distância

 

As normas da Câmara vigentes à época determinavam que esse tipo de cargo tinha “por finalidade a prestação de serviços de assessoramento aos órgãos da Casa, em Brasília. Desse modo, (os servidores) não possuem a prerrogativa de exercerem suas atividades em outra cidade além da capital federal”.

Ou seja, durante um ano e quatro meses, o filho 03 de Jair tinha obrigação de trabalhar 40 horas por semana em Brasília e, inexplicavelmente, cursar Direito no Rio de Janeiro, há 1.100 km de distância. No curso desses 16 meses, o atual deputado ganhou R$ 160 mil de dinheiro público, na cotação atual.

Ainda de acordo com os documentos do Congresso, as atividades de Eduardo no cargo incluíam “fazer relatórios das reuniões realizadas”, “acompanhar o resultado das votações plenárias e em comissões” e “orientar e assistir os deputados nas votações de matérias no Plenário e nas comissões”. As atribuições colocam ainda mais em questão como o filho de Bolsonaro conciliou o emprego e a faculdade.

Memória seletiva

 

Questionado pela BBC em julho de 2019 sobre o assunto, o atual deputado fingiu não lembrar do cargo. Também defendeu o “emprego à distância”, alegando já ter empregado um assessor que só o encontrava uma vez por mês. A falta de memória dessa época é curiosa, já que meses depois da experiência na Câmara, Eduardo fez intercâmbio fora do país. A viagem já foi destacada inúmeras vezes por ele e seu pai, que planeja indicar o filho 03 para a embaixada brasileira nos Estados Unidos.

O próprio Jair admitiu em 2005, durante um debate, que Eduardo ocupou cargo no Congresso: “Já tive um filho empregado nesta Casa e não nego isso. É um garoto que atualmente está concluindo a Federal do Rio, uma faculdade, fala inglês fluentemente, é um excelente garoto. Agora, se ele fosse um imbecil, logicamente estaria preocupado com o nepotismo”.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da BBC Brasil

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