Falcatruas de Bolsonaro: país despenca em ranking de combate à corrupção

Relatório internacional aponta queda pelo terceiro ano seguido do Brasil, da 6ª posição para a 10ª posição. “Péssimo dia pro governo corrupto de Jair Bolsonaro”, diz Gleisi, sobre prisão de Milton Ribeiro

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O rei do trambique: índice que mede a eficiência das agências anticorrupção caiu quase 19%, diz relatório

No mesmo dia em que o ex-ministro da Educação de Bolsonaro, Milton Ribeiro, foi preso pela Polícia Federal por praticar crime de corrupção na pasta, um relatório atesta que o desgoverno de Jair parece mesmo chegado em uma falcatrua, como têm denunciado os parlamentares do PT. O Índice de Capacidade de Combate à Corrupção (CCC), produzido desde 2019 pela Americas Society/Council of the Americas (AS/COA), em parceria com a consultoria Control Risks, destaca que o país vem caindo, em um ranking de 15 países da América Latina, pelo terceiro ano seguido, no quesito combate à corrupção. O relatório, antecipado pelo jornal Valor, aponta que o Brasil caiu da 6ª posição para a 10ª, o que corresponde a seis pontos percentuais. Desde a criação do ranking, o país acumula queda de 22%.

Os 15 países, somados, representam cerca de 92% do PIB da região. O CCC mede a capacidade dos governos desses países em prevenir, identificar e punir casos de corrupção. O ranking é liderado pelo Uruguai, seguido por Costa Rica, Chile, Peru, República Dominicana, Argentina, Panamá, Colômbia, Equador, Brasil, Paraguai, México, Guatemala, Bolívia e Venezuela.

O relatório destaca as manobras do extremista de direita que dificultaram investigações de casos de corrupção em seu governo. “Bolsonaro procurou consolidar o controle sobre os órgãos que investigam supostos casos de corrupção envolvendo seus aliados”, destaca o documento das entidades. Não à toa, o índice que mede a independência e a eficiência das agências anticorrupção caiu quase 19%, segundo o estudo.

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Alerta: casos de corrupção podem continuar

A exemplo do escândalo envolvendo Milton Ribeiro, por quem Bolsonaro afirmou que colocaria “a cara no fogo”, a avaliação é de que, caso permaneça na Presidência, Bolsonaro deve manter tudo como está. Ou seja, novos escândalos de corrupção podem via à tona em seu desgoverno.

“Em um eventual segundo mandato, avaliamos ser provável que tais práticas continuem a ser adotadas, o que implicaria em uma continuidade no processo de declínio da capacidade do país de combater a corrupção”, apontou o analista sênior da Control Risks, Mario Braga, para quem o atual quadro é resultado da ação direta da atuação do governo.

Motivo pelo qual, a bancada do PT defende a instalação de uma CPI para investigar as falcatruas de Ribeiro no MEC. “Sempre defendemos a CPI do MEC”, escreveu o senador Humberto Costa (PT-PE). “Agora, mais do que uma prioridade, ela é um dever do Senado Federal”, opinou o senador.

“Se tem uma coisa que vale ouro no governo Bolsonaro é a corrupção. A bandidagem está exposta pela mesma Polícia Federal que o presidente quis corromper”, lamentou Costa.

Resiliência institucional

Os analistas também apontam para o cenário de instabilidade institucional provocada por Bolsonaro e o papel resiliente de instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), alvos constantes das bravatas e fake news disparadas por Bolsonaro. O documento elogia a independência do STF e do TSE, “apesar da escalada nas críticas públicas feitas a eles pelo presidente Jair Bolsonaro”.

“Mesmo com a polarização política em alta, a pontuação do Brasil na categoria sociedade civil e mídia permaneceu estável e superou a média regional”, observa o relatório, destacando o papel da imprensa e da sociedade organizada em fazer frente ao golpismo latente de Bolsonaro.

Da Redação, com Valor

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