Flip 2016 é marcada por protestos contra o golpista Temer

Durante a Festa Literária de Paraty, cartazes, poemas e saudações dos convidados pediam a saída do governo interino e golpista de Michel Temer

A Festa Literária de Paraty (Flip) deste ano contou com diversos protestos contra o governo golpista de Michel Temer.

Em Paraty, o “Fora Temer” deu a largada já na abertura da Flip, na noite de quarta-feira (29), durante a mesa de debate que reuniu o poeta carioca Armando Freitas Filho e o fotógrafo e cineasta paraibano Walter Carvalho.

Foto Walter Craveiro / flip.org.br

Foto: Walter Craveiro / flip.org.br

Reunidos ali para falar de poesia, com a mediação do também poeta Eucanaã Ferraz, Armando e Walter discursavam sobre a capacidade da poesia de “passar a vida a limpo”, quando Armando alegou que seus poemas não tratam só de coisas positivas.

“A minha poesia, eu entendo como a que toca todas as coisas, inclusive as mais monstruosas. Que pode tocar um Temer, por exemplo”. À declaração, a plateia até então um pouco amuada, reagiu com gritos e aplausos de forte aprovação.

Mas não foi apenas na tenda principal do evento que ocorreram manifestações contra o interino. No sarau de poesia organizado na Praça de Matriz de Paraty, a atriz Roberta Estrela D’Alva comandou o encontro que reuniu poetas jovens e veteranos, celebrados sempre que se pronunciavam contra Temer, citado diversas vezes na noite.

Logo no início, a apresentadora foi interrompida com um grito pedindo a saída do peemedebista, ao qual respondeu: “Ah, sim, primeiramente, Fora Temer!”.

Foto Walter Craveiro / flip.org.br

Foto: Walter Craveiro / flip.org.br

Além de participantes que levantaram cartazes com o mesmo tipo de mensagem, manifestaram-se o poeta Ítalo Moriconi, que declamou seus versos à frente de um telão com a mensagem “Temer Jamais”, e Chacal, expoente da poeta marginal.

“Fora Temer, fora Globo, fora Cunha”, disse ele. “Tem muito mais gente para cair fora, mas por enquanto ficamos com esses três”.

Temer poeta
Na quinta-feira (30), a poetisa Laura Liuzzi leu um poema de Temer, que além de golpista é também poeta. Liuzzi, porém, não revelou de antemão que o texto era dele.

Diante do silêncio da plateia ao final da leitura, a poetisa revelou quem era o autor, e público se desfez em risos e palmas. “O Temer tem tanta legitimidade como poeta como tem como presidente”, afirmou, sem ser contestada pela plateia.

Ocupa Flip
Além dos escritores nas tendas, movimentos sociais fizeram, na tarde desse sábado (2), manifestação reunindo pautas de povos tradicionais, feministas, ativistas pela educação, por direitos LGBT e do movimento negro e contra o governo do presidente golpista Michel Temer.

Chamado de Ocupa Flip, o protesto tem como um dos principais objetivos denunciar violações de direitos dos povos e das comunidades tradicionais da região. A manifestação se concentrou na Praça da Matriz, no centro histórico, e percorreu as ruas da cidade divulgando as reivindicações com cartazes e palavras de ordem.

Da Redação da Agência PT, com informações do El País

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