Formatura na Unilab é realização de sonho que transpõe continentes

Presidente Lula foi patrono da turma de formandos na Universidade em seu segundo dia viajando pelo nordeste com o projeto Lula pelo Brasil

Ricardo Stuckert

Ex-presidente Lula é patrono de turma da Unilab

“Respeito e amizade, isso é integração. Unilab é união”, cantaram alunos da Universidade ao fim da cerimônia de formatura da segunda turma de Humanidades da Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), que teve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como patrono. A grande festa com a presença ilustre aconteceu na noite desta sexta-feira (18), em São Francisco do Conde (BA).

A formatura fez parte da agenda do ex-presidente em suas viagens pelo interior da Bahia no segundo dia de Lula pelo Brasil. Neste sábado (19), ele estará em Feira de Santana, também na Bahia.

A riqueza e o diferencial da Unilab são representados pelo funcionamento da instituição, que é baseado na cooperação solidária e na parceria com outros países, especialmente africanos membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Os cidadãos altamente capacitados e dotados de pensamento crítico que ali são formados formam um mosaico de referências, repertórios e culturas que compõem, nas palavras do próprio Lula, uma lição de vida.

O convite para ter Lula como patrono da turma partiu dos próprios estudantes, que esboçavam em largos sorrisos a emoção de receber o tão esperado canudo das mãos de quem não só trabalhou para construir esse sonho, mas sonhou junto, a cada passo, até torná-lo realidade.

Ao som de canções que iam de clássicos de Raul Seixas a funk (“E poder me orgulhar de ter a consciência que o pobre tem seu lugar”), de rap a MPB e canções africanas, alunos, alunas e familiares subiam, um a um, ao palco para olhar nos olhos daquele que foi o presidente que de fato se preocupou e trabalhou para mudar radicalmente a realidade do povo no interior do Nordeste.

A mistura de ritmos, sotaques e cores de vestuário já dava um indício, por si só, da diversidade pulsante que corre nas veias da Unilab.

Africanos e estudantes da Unilab

Um sonho que conecta Brasil e África

A universidade impressiona especialmente por mostrar como políticas feitas tendo o povo em primeiro lugar pode impactar vidas não só no Brasil, mas também em todo o mundo.

“Demorei 27 anos para realizar o sonho. Desejei isso esse tempo todo, e só realizei graças a Lula e à Unilab”, comentava emocionada, minutos antes da cerimônia, a formanda Katia Cristina de Jesus, 43.

A alegria em seu sorriso se explicava por uma conquista dupla: sua filha de 17 anos cursa o último ano do Ensino Médio e tem firme a perspectiva de ingressar também num curso de Ensino Superior de qualidade.

“Com certeza vai ser mais fácil para ela do que foi para mim, graças ao que Lula fez. Chegar à universidade é uma conquista muito forte para a minha família, e é muito satisfatório saber que para ela será mais fácil chegar lá”, comemora.

Vindo do outro lado do Atlântico com um sonho comum ao de Kátia, Nando Paulo Suma, 20, se emocionou ao ouvir o hino de seu país, o Guiné-Bissau, na cerimônia de formatura de seus colegas.

“Saí do meu país com o propósito de estudar nesta universidade porque gostei da proposta de integração, na qual conheci colegas de diferentes países da África e também do Brasil. É uma experiência muito interessante, por isso fiquei muito satisfeito de ter Lula aqui, a pessoa que influenciou para esta universidade ser o que é”, afirma o estudante do segundo semestre de Humanidades.

Seu colega e compatriota Flavio Rosário, 28, é forte defensor de que esse inspirador modelo de integração seja aplicado em universidades Brasil afora.

“Gosto muito desse curso, que existe graças a Deus e ao Lula. Essa integração nos ajuda a conhecer a cultura de países que ninguém conhece. Hoje pela primeira vez vi Lula com meus olhos nus, e fiquei muito contente, me faltam palavras. Lula é uma pessoa ungida de Deus.”

Foi aqui no Brasil, na Unilab, que o também guineense Isna Gabriel Sai, 21, pôde estudar a história de seu país. Estudante do terceiro ano do curso de História, ele elogia o conteúdo inovador que é ensinado, valorizando indígenas, negros e questões etnico-raciais.

Isna é mais um africano que, assim como milhões de brasileiros, são a primeira geração de suas famílias a conquistar uma vaga na Universidade. “Se não fosse Unilab, eu não estaria estudando. A maioria que viemos somos pobres, favelados, e só posso agradecer ao Lula por viver essa integração.”

#lulapelobrasil #lulapelabahia

Uma publicação compartilhada por Partido dos Trabalhadores (@pt13_oficial) em

Para a professora de pedagogia Claudilene Silva, a universidade é apenas mais um exemplo da concretude do projeto de modificação da realidade do povo, algo que se vive todos os dias nas salas de aula e que enriquece, assim como transcende, o conteúdo escolar.

“Vivemos cotidianamente a transcedência de um sonho. Não só para os alunos, mas também para nós”, conta. “Até os 25 anos, eu também não sonhava em entrar numa universidade. Ingressei no ano 2000 e hoje sou professora em uma universidade pública. Também sou resultado desse processo de redemocratização do ensino no Brasil.”

A “irmã” de Lula

Dona Raulinda Antônia de Oliveira Lima, 65, se apresenta listando duas coisas a seu respeito. A primeira é que, agricultora familiar, não teve a oportunidade de estudar. A segunda é que, para ela, Lula é como “um irmão mais velho”.

Seu primeiro encontro com o ex-presidente se deu em 1981, na fundação do PT Jacobina. “A vida toda fui PT, e acredito que a gente estava e ainda está no caminho certo, porque nossas convicções não morrem.”

Dona Jacobina soube da existência da Unilab quando a nora ingressou no curso de Humanidades. Hoje, a visita ao campus tinha outra motivação e acabo em um final feliz: autógrafos de Lula e da senadora e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, no livro “Lula, o filho do Brasil”, de Denise Paraná.

A “irmã de Lula”

“Esse já li duas vezes! Me emociono com  história de vida dele e de sua mãe, dona Lindu. Nós do PT sempre fomos muito perseguidos, mas não arredamos o pé. Para mim, Lula é uma fortaleza, alguém que veio para mudar, um homem inteligente demais.”

Mas ela também guarda elogio para a Presidenta Nacional do PT e suas companheiras de bancada. “Assisto à TV Senado todos os dias para ver a batalha das nossas mulheres, das nossas senadoras e senadores. Fico o dia todo de olho na luta dela!.

Por Clarice Cardoso, enviada especial ao Nordeste com a caravana Lula pelo Brasil, para a Agência PT de Notícias

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast