Frente Brasil Popular define estratégia para agosto de mobilizações

Em reunião da frente nesta segunda-feira (5), a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, lembrou que os mais diversos atos são imprescindíveis para a mobilização popular

Thiago Oliveira

Em meio a estagnação econômica, o desgoverno de Jair Bolsonaro (PSL) tem intensificado o seu lado mais nefasto. A cada nova manifestação do desvairado presidente, temos a certeza de que ele não respeita a democracia nem o povo brasileiro. Em sete meses no Palácio do Planalto, nada fez para resolver o problema dos desempregados – hoje já são mais de 13 milhões de homens e mulheres. É diante deste cenário que a Frente Brasil Popular se reuniu, na manhã desta segunda-feira (5), para definir as estratégias de mobilização para agosto, mês que promete ser de muita luta em defesa da soberania e dos direitos dos trabalhadores mais pobres.

Dentre as convocações mais importantes, está o Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Educação e da Previdência marcado para o dia 13 de agosto, 13 e 14 a Marcha das Margaridas, o lançamento da campanha #MoroMente no dia 19 pela ABJD, dentre outras.

Na mesa de debate de análise de conjuntura, a presidenta nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann, João Paulo Rodrigues, da Direção Nacional do MST, e Adalberto Monteiro, do PCdoB, destacaram o papel da frente, dos partidos e movimentos progressistas e de esquerda na resistência ao autoritarismo de Bolsonaro.

Gleisi fez questão de lembrar que embora o cenário seja desfavorável, aparentemente, o momento “traz uma grande oportunidade para dialogarmos com a população, com as bases”. Segundo a presidenta, desde o golpe contra Dilma Rousseff, as forças reacionárias têm agido para mudar completamente o papel do estado brasileiro por meio das políticas neoliberais. Isso fica evidente diante das reformas Trabalhista e da Previdência que atacam os direitos dos brasileiros. Por isso, para a Gleisi é fundamental que a Frente Brasil Popular e todas as organizações progressistas e de esquerda estimulem mais atos e manifestações em diversas áreas para intensificar a compreensão do povo sobre os ataques de Bolsonaro.

“É importante um ato em defesa da Amazônia e de toda a questão ambiental. Os mais diversos atos são imprescindíveis neste momento pois eles trazem para as ruas os brasileiros que não se manifestariam por qualquer motivo, mas que também estão insatisfeitos com os rumos do país em algum setor”, destacou a presidenta que lembrou que nesta segunda (5) ocorrem o ato o Ato Nacional Unificado Saúde, Democracia e Direitos Sociais, em Brasília, além da mobilização Ditadura Nunca Mais, da Frente Povo Sem Medo, no vão do Masp em São Paulo.

Autoritarismo crescente

 

A presidenta também manifestou muita preocupação com o autoritarismo crescente no Brasil, na figura de algumas polícias ao longo do país. “Ele [Bolsonaro] agora está fazendo testes de um uso das polícias como instrumentos políticos. Como aconteceu em Manaus, onde a Polícia Rodoviária Federal invadiu o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam) durante uma reunião de organização de uma manifestação contra o governo dele e também agora com a polícia invadindo o encontro do PSOL na sede do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal”, aponta a presidenta.

O dirigente nacional do MST também alertou para o risco de ataques violentos contra as organizações progressistas e de esquerda, mas também destacou a força e a resistência consolidadas até agora. “Não podemos descuidar da capacidade repressora desse governo. Mas temos de ressaltar que conseguirmos fazer a tarefa de casa em manter a unidade da esquerda com as ações no Parlamento com nossa Bancada, as ações de massa com os protestos de estudantes e contra a previdência. É preciso seguir na organização do nosso campo para fazer o enfrentamento”, aponta João Paulo.

Ainda segundo o líder sem-terra, é necessário traduzir as ações por Lula Livre em “consequências práticas”. João Paulo destacou que os movimentos que compõe a Frente Brasil Popular precisam elevar as lutas contra reforma da Previdência, em defesa da educação, soberania nacional e dos direitos humanos. No mesmo sentido, Adalberto apontou que Bolsonaro tem governado para um minoria que busca criar tumulto e dividir o país e que, por isso, é preciso que a oposição não fique “apenas a reboque do governo” e avance na defesa das instituições e da soberania.

“Precisamos compor um campo amplo em defesa da democracia e da Constituição Federal. É preciso frear o neoliberalismo mais agressivo e o neocolonialismo do governo Bolsonaro. Com dizia o poeta Vladimir, não estamos alegres, é certo, mas também por que razão haveríamos de ficar tristes?”, destacou o dirigente do PCdoB ao ressaltar a resistência.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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