Gestão regional é debatida na Conferência da Amazônia

Experiências e desafios da gestão pública são discutidos no segundo dia da 4ª Conferência da Amazônia

Gleilson Miranda

4ª Conferência da Amazônia

Os debates realizados nesta sexta-feira (18), durante a 4ª Conferência da Amazônia, que é realizada em Rio Branco (AC), tiveram as participações do ex-prefeito e pré-candidato ao governo do Acre, Marcus Alexandre, da ex-governadora do Amapá, Dalva Figueiredo, e Altir Peruzzo, prefeito de Juína (MT), que trataram das experiências e desafios da gestão pública na Amazônia. A presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, e o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, também participaram das atividades, com o enfoque na construção do Programa de Governo do Brasil que Povo quer e a Amazônia.

Marcus Alexandre apresentou aos presentes as experiências da gestão da cidade de Rio Branco e lembrou que é preciso trabalhar as necessidades das populações amazônicas respeitando toda a diversidade da região, acatando a particularidade de cada povo e de cada localidade. É dessa forma que se deve pensar o desenvolvimento para a Região Norte.

“Os governos da Frente Popular trouxeram boas iniciativas para o Acre. Algumas coisas não deram tão certo. Mas, muita coisa melhorou a vida das pessoas. Nós não precisamos insistir nos erros, mas podemos sim insistir nos acertos e dar continuidade ao que trouxe bons resultados para a nossa população”, completou Marcus Alexandre.

Gleisi Hoffmann na 4ª Conferência da Amazônia

Outra experiência apresentada na conferência foi a da ex-governadora do Amapá, Dalva Figueiredo. Segundo ela, por ser mais ligada à Educação, natural que sua preocupação maior no debate desta sexta-feira focasse no tema do ensino. “A política educacional da Amazônia tem que levar em consideração as diferenças. Nós temos como formar e trabalhar com os professores na zona rural. Nós precisamos discutir isso em fóruns com os parlamentares”, pontuou ela, como uma das dificuldades a serem enfrentadas.

O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou ter vindo à conferência mais para ouvir e coletar informações para contribuir com a construção do Programa de Governo do Brasil que o Povo quer. “A experiência que eu tenho sobre a Amazônia é a que adquiri quando estava no MEC, mas é esse fórum aqui que tem a competência de fazer uma reflexão e discutir sobre as reais necessidades da região. E a questão da identidade é vital para a formação do povo e isso afeta diretamente na nossa realidade, onde vivemos e como vivemos”, concluiu Haddad.

Em sua fala, a senadora Gleisi Hoffmann lembrou que o partido está aberto a todas as proposições levantadas na 4ª Conferência da Amazônia. “Não dá para pensar o Brasil só pelo ponto de vista do Sul e Sudeste. Não dá para pensar o Brasil sem observar toda a sua diversidade. Não se pode administrar o Brasil com a cabeça na realidade da Avenida Paulista. A Amazônia é parte fundamental na realidade brasileira. O desenvolvimento do país passa pela Amazônia e pelos povos amazônicos”.

Para a economista paraense Esther Bemerguy, é preciso resgatar o sentimento de diversidade e colocar a Amazônia no lugar que ela merece. “Precisamos nos inserir no projeto nacional e sentir esse pertencimento. Nós somos uma sociedade multiétnica, não dá pra pensar num Brasil diferente”, disse.

Modelo alternativo de desenvolvimento e movimentos sociais

Ainda na parte da manhã, os debates iniciaram com o ex-ministro Luiz Dulci fazendo um resgate do histórico das Conferências anteriores. Em seguida, a discussão se deu sobre os desafios da Pan Amazônia para um modelo alternativo de desenvolvimento econômico, humano e sociocultural, com a participação de Hugo Cabieses (Partido Socialista/Peru), do ex-senador amazonense João Pedro da Costa e Karol Cavalcante, do Diretório Nacional do PT.

Por fim, a plenária tratou dos desafios dos movimentos sociais na Amazônia brasileira. Umas das participantes dessa mesa, a indígena acreana Alana Manchineri, falou sobre o ideário a se seguir como parte das diretrizes de gestão para os povos da Amazônia.

“Todos nós somos indígenas, somos negros. Nós saímos dos campos das guerras para irmos para os campos das leis e precisamos avançar ainda muito mais. Precisamos construir um modelo de governança que seja de fato popular, que tenha a participação de todos nós índios, negros, ribeirinhos. Que contemple a todos”, concluiu.

Da redação da Agência PT de notícias

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