Gleisi: bloco na Câmara é articulação para impedir retrocessos no país

Em entrevista à ‘TV 247’, a presidenta do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) defende agenda comum do bloco de oposição a Bolsonaro na Câmara para garantir direitos à população e evitar desmonte do país. “Algumas privatizações são totalmente desestruturadoras do Brasil, como a Petrobras, Eletrobrás, os Correios, os bancos públicos. Temos que evitar”, argumentou Gleisi. “Essa aliança vale pela defesa da democracia, das instituições, da autonomia do Parlamento, e para salvar o país de alguns retrocessos”

Foto: Alan Marques

Gleisi: formação do bloco não impede a construção de uma candidatura da oposição, mas é necessária para dar a estes partidos "condições de ocupar espaços importantes na Casa"

A presidenta Nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), concedeu, na manhã desta segunda-feira (21) entrevista à ‘TV 247’. Na conversa, Gleisi falou sobre o papel do partido na articulação política na Câmara, – no âmbito da eleição para a Presidência da Casa – e do fortalecimento da oposição ao governo Bolsonaro na construção de uma agenda comum em prol do desenvolvimento do país. Gleisi explicou que a divisão no bloco governista abriu uma oportunidade para a oposição “colocar seu peso” na disputa política da Câmara e por em prática uma articulação que impeça o desmonte do Estado brasileiro.

“Eu acho que essa divisão no apoio ao sistema deu a oportunidade para a oposição mostrar a sua força”, opinou a petista. “Os dois blocos, do ponto de vista de sustentação do governo, participam, um mais ligado politicamente, dando sustentação às ideias políticas de Bolsonaro, e o outro muito  ligado na questão da economia, bloco do Maia”, explicou. “Essa disputa levou com que eles se dividissem.  E deu uma oportunidade para a oposição, de maneira conjunta, colocar o seu peso nessa disputa para a Mesa e para a Presidência da Câmara. Participar do bloco, para nós, não é uma adesão ao que eles pensam, é uma aliança pontual”, esclareceu Gleisi.

“Essa aliança vale pela defesa da democracia, das instituições, da autonomia do Parlamento, e para salvar o país de alguns retrocessos”. Gleisi argumentou que uma das principais preocupações na construção dessa agenda progressista pelo bloco é a crise sanitária. Ela defendeu que o Congresso precisa ser um “espaço de defesa e de apoio à sociedade”, principalmente em relação à vacinação da população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Também há a questão da renda. Queremos um compromisso de todos esses partidos para que a gente possa oferecer uma solução à sociedade – ou a ampliação da renda emergencial ou aprovação do Mais Bolsa Família, para as pessoas terem condições de sobreviver”, ressaltou Hoffmann.

A presidenta do PT afirmou que a formação de blocos é necessária para garantir a proporcionalidade nos espaços de decisão da Câmara e, por isso, tem de ser feita no primeiro turno da eleição. Ela esclareceu que a formação do bloco não impede a construção de uma candidatura da oposição, mas é necessária para dar a estes partidos “condições de ocupar espaços importantes na Casa, inclusive relatorias de matérias importantes, presidência de comissão”. Por ser a maior bancada da Câmara, o PT terá direito de indicar a primeira vice-presidência ou a secretaria-geral da Câmara.

Gleisi também falou sobre a perigosa agenda econômica do ministro Paulo Guedes para desmontar o Estado brasileiro.  “O que nos preocupa muito, do ponto de vista estrutural, são as privatizações. O Congresso tem que discutir essa questão. Algumas privatizações são totalmente desestruturadoras do Brasil, como a Petrobras, Eletrobrás, os Correios, os bancos públicos. Temos que evitar”. Outros pontos da agenda levantada pela deputada foram a autonomia do Banco Central,  as garantias dos direitos individuais e a defesa do Estado Democrático de Direito.

Da Redação

 

 

 

 

 

 

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