Golpe destruiu os empregos no Brasil, denuncia Paim

Em quase três anos, País, despencou do pleno emprego para a segunda pior taxa de desemprego da América Latina, menor apenas que a do Haiti

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Senador Paulo Paim

Do pleno emprego à segunda maior taxa de desemprego da América Latina, menor apenas que a do Haiti, país mais pobre da região. Essa é a trajetória percorrida pelo Brasil em apenas três anos, desde que os primeiros movimentos do golpe de 2016 começaram a se desenhar.

No final de 2014, quando Dilma Rousseff conquistou nas urnas seu segundo mandato — e foi “jurada” para ser “sangrada” e desestabilizada — o Brasil registrava 4,3% de desemprego.

Ao final de 2017, o contingente dos que procuravam trabalho havia triplicado: 12,9%, segundo dados do relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) com base em informações da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Terra arrasada

As informações do Pnud, compiladas pelo jornal Valor e divulgadas na última sexta-feira (14) são eloquentes em demonstrar a política de terra arrasada desencadeada por Temer e seus aliados a partir do golpe de 2016, denuncia o senador Paulo Paim (PT-RS).

“Esse quadro é fruto das medidas adotadas pelo atual governo. O congelamento dos investimentos públicos por 20 anos e a reforma trabalhista travaram o País”, avalia o senador, para quem é urgente revogar a Emenda Constitucional do teto dos gastos e adotar uma nova legislação trabalhista.

A quem interessa um País de desanimados, de desencantados, de frustrados?

Senador Paulo Paim

Desalentados

Paim ressalta que o atual contingente de brasileiros e brasileiras sem trabalho é ainda maior do que os 13,5 milhões de desempregados auferidos nas estatísticas, já que a metodologia considera nessa categoria apenas quem buscou algum tipo de ocupação em período recente.

“Falta trabalho para 26,4 milhões de brasileiros, se considerarmos os chamados desalentados, os que deixaram de buscar emprego”. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-Contínua), 23,6% da população estão desocupados, sub-ocupados por insuficiência de horas ou integram a chamada força de trabalho potencial, os que desistiram de tentar.

Horizonte coletivo

“Eu, como operário e metalúrgico que fui, sei o que é perder o ânimo, a vontade de procurar um emprego. Você não acredita mais em nada. Sai, caminha, gasta os trocados no ônibus e volta sem nada”, recorda Paim. Essa situação é especialmente aguda entre os jovens, pobres e com baixa qualificação. “E o atual governo ainda desmonta o Pronatec, que poderia oferecer formação profissional”, protesta o senador.

“A quem interessa um País de desanimados, de desencantados, de frustrados? Um País sem horizonte coletivo? Sim, nós queremos horizontes coletivos”, cobra Paulo Paim.

Pleno emprego

Antes de se juntar ao Haiti no fim da fila das oportunidades de emprego, o Brasil conheceu uma situação muito mais próspera. Foi no final do primeiro mandato de Dilma Rousseff — antes de ser deflagrado o processo de desestabilização. Em dezembro de 2014, a taxa de desemprego era de 4,3%.

Esse patamar de ocupação é tecnicamente tratado como pleno emprego, uma realidade em que os trabalhadores recusam empregos oferecidos se a remuneração estiver abaixo da expectativa ou deixam seus postos de trabalho por outros melhores.

Arrocho e extinção de direitos

A estagnação da economia promovida pela política de cortes de investimentos públicos — cujo maior símbolo é a Emenda 95 do teto dos gastos, derivada da “PEC da Morte”— foi agravada, ressalta Paim, pela razia sobre os direitos dos trabalhadores patrocinada pela reforma trabalhista.

“A reforma trabalhista só aumentou o desemprego. A população perdeu o poder de compra: se não pode comprar, alguém não vende. S não vende, alguém não produz. Essa situação de desemprego crescente se estabeleceu por falta de crescimento efetivo do País”, resume o senador Paulo Paim.

Do PT no Senado

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