“Governo não tem competência para enfrentar a atual crise econômica”, avaliam petistas

Bancada do PT lembrou que o País está cada vez mais próximo do “fundo do poço” ao não apresentar credibilidade para atrair investimentos

Jefferson Rudy/ Agência Senado

Alienado da realidade brasileira, Guedes diz que saída para o Brasil é tirar o pouco da proteção assegurada na legislação trabalhista. País tem 14,1 milhões de desempregados

Deputados da Bancada do PT na Câmara afirmaram em mensagens postadas no Twitter, nesta segunda-feira (9), que o governo Bolsonaro não tem competência para conduzir o País no cenário de crise econômica mundial que se aproxima. Segundo eles, o País está cada vez mais próximo do “fundo do poço” ao não apresentar credibilidade para atrair investimentos, e com um governo que apenas produz sucessivas crises políticas e que adota uma política ultraliberal que reduz a capacidade de investimento e de reação do próprio Estado.

As críticas dos petistas referem-se ao dia de pânico instaurado no mercado financeiro brasileiro nesta segunda-feira, por conta da crise no preço do petróleo internacional e a consequente queda das Bolsas de Valores em boa parte do mundo. No Brasil, a Bolsa já despencou 10%, e chegou a suspender as negociações para evitar maiores perdas. O valor do dólar encosta em R$ 4,80, acompanhando o nervosismo do mercado.

O líder do PT na Câmara, Enio Verri (PR), avalia que Bolsonaro e Guedes são incompetentes para gerar empregos e investir no desenvolvimento econômico. “Vendem, hoje, mais US$ 3 bilhões das reservas acumuladas pelo PT. Quando acabarem as reservas, o Brasil recorrerá ao FMI, que o PT já tinha tirado do Brasil. A Bolsa de Valores brasileira caiu mais de 10%. Segundo Enio, que é economista, “reflexo de um movimento mundial de queda. O Brasil está parado, não há produção, geração de empregos e nem investimento no desenvolvimento econômico. O resultado é previsível, Bolsonaro e Guedes vão vender ainda mais reservas internacionais”, observou.

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), destacou a fragilidade do País neste momento de crise ao lembrar a disparada do risco-país.

“Risco país disparou, aumentando 34%, maior salto da história. Aumento mais expressivo desde 2002. É a fragilidade do Brasil, um país sem credibilidade, sem investimento, com pouca produção. Única coisa que ajuda são as reservas internacionais, deixadas por Lula, que Bolsonaro queima”, disse.

O jornal Valor Econômico publicou reportagem dando conta que o risco-país saltou 207 pontos nesta segunda-feira. Segundo a reportagem, a alta indica que o Brasil está sendo visto como possível mau pagador, indicando menor confiança do mercado internacional no Brasil. Outros veículos de comunicação também ressaltam que, pela primeira vez, pesquisa semanal do Banco Central já indica projeção de crescimento do PIB abaixo de 2% em 2020.

Apesar do cenário de pânico no mercado, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) diz que nem todos sairão perdendo no Brasil. “Não se enganem. O dólar alto não é para impedir as empregadas domésticas de irem à Disney, como dá a entender a fala preconceituosa de Paulo Guedes. A cotação alta do dólar favorece aos que querem comprar Petrobras e outras empresas públicas a preço de banana”, alertou.

Já a deputa Natália Bonavides (PT-RN) lembrou que diante do agravamento da crise, o governo Bolsonaro deve continuar arrochando os mais pobres. “O desemprego e os cortes no Bolsa Família têm atingido diretamente a vida das mulheres trabalhadoras. É o resultado da desastrosa política econômica de Bolsonaro, em que os mais pobres pagam a conta”, lamentou.

Por sua vez, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) criticou o presidente Jair Bolsonaro por não apresentar soluções para o País. “As manifestações que Bolsonaro convoca para o dia 15/3 serão para defender o quê? Bolsonaro prometeu que ia melhorar o Brasil, gerar crescimento e emprego. Em 15 meses, o PIB ficou em 1,1%, o dólar está em R$ 4,79 e são 12 milhões de desempregados”.

Superação da crise no Brasil

 

Os parlamentares também destacaram nas postagens a inércia do atual governo na adoção de medidas para estimular a economia brasileira. “Quando se tem uma crise global desta dimensão, os governos anunciam medidas anticíclicas para diminuir o impacto nos seus países. O governo brasileiro faz de conta que não é com ele. A situação exige medidas emergenciais como as que Lula tomou em 2008, lembram?”, argumentou o deputado José Guimarães (PT-CE).

Na mesma linha, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) destacou que somente seria possível superar a crise atual com um projeto nacional de desenvolvimento, algo que o governo Bolsonaro não possui. “Quando Lula disse que era uma marola ele segurou a onda. As medidas que ele tomou preservaram a economia brasileira, principalmente empregos. Claro que para isso foi necessário investimento público, Estado, planejamento. Falta hoje ao Brasil um projeto nacional no comando”, explicou.

Também criticaram as ações equivocadas do governo Bolsonaro na economia os deputados petistas Rogério Correia (MG), Jorge Solla (BA), Odair Cunha (MG), Beto Faro (PA), Paulo Pimenta (RS), Alexandre Padilha (SP), Paulo Guedes (MG), João Daniel (SE), Valmir Assunção (BA), Nilto Tatto (SP) e Reginaldo Lopes (MG), e as deputadas Luizianne Lins (CE), Margarida Salomão (MG) e Professora Rosa Neide (MT).

Por PT na Câmara

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