Haddad: ‘Bolsonaro não tem capacidade para enfrentar a crise’

Economista e ex-candidato à Presidência pelo PT em 2018 diz que o presidente não tem competência para conduzir a Nação. “O que acontece na saúde acontece na economia. Não há coordenação de como o país deve agir para melhorar a situação”, alerta

Ricardo Stuckert

Fernando Haddad: “Quem ocupa a Presidência da República não demonstra capacidade de resolver qualquer questão”

O Brasil está sem comando, adverte Fernando Haddad. Ex-candidato à Presidência da República pelo PT em 2018, ele afirma que o presidente Jair Bolsonaro não tem competência para enfrentar a crise provocada pelo coronavírus. “O presidente não tem capacidade de tomar uma decisão resolutiva sobre o que quer que seja”, afirmou Haddad, em entrevista ao canal CNN Brasil.

Ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação no governo Lula, Haddad afirma que Bolsonaro é incapaz de comandar a Nação no momento mais grave da sua história nos últimos 50 anos. Haddad acusou o rival de viver em confronto com a própria equipe ministerial e diz que o presidente depende do aval dos militares para agir. 

O fato é que atualmente o Palácio do Planalto não tem nenhum civil em cargo de destaque entre os ministros da casa, que trabalham na própria sede do governo federal. Mas o pior é a incapacidade do ex-capitão do Exército.

“Quem ocupa a Presidência da República não demonstra capacidade de resolver qualquer questão”, aponta Haddad. “Ou ele (o presidente) delega ou entra em confronto com a equipe. Bolsonaro está sendo tutelado pelos militares”, alerta.

Haddad está preocupado com a condução da política econômica. “O que acontece na saúde acontece na economia. Não há coordenação de como o país deve agir para melhorar a situação”, adverte. O ex-candidato à presidente pelo PT, em 2018, destacou que a condução da crise está sendo marcada por “sinais trocados”. O que acontece no Brasil “não tem precedente no mundo”, compara.

Na entrevista à CNN Brasil, Haddad também comentou a referência feita por Lula à atuação do governador de São Paulo, João Doria (PSDB). “O aceno de Doria a Lula foi um gesto de civilidade”, resume. “O bolsonarismo introduziu a noção de tratar como inimigo quem pensa diferente”, avaliou. “Neste momento não estamos tratando de ideologia, mas sim de interesse público”, concluiu.

 

Da Redação

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