Haddad: “Temos que ganhar as eleições com argumentos”

Candidato à presidência se reuniu com o secretário-geral da CNBB e reafirmou seu compromisso com a democracia e as instituições democráticas

Ricardo Stuckert

Fernando Haddad em Brasília

Fernando Haddad, candidato à presidência da República pela coligação “O povo feliz de novo”, reuniu-se nesta quinta-feira (11), em Brasília, com Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ele enumerou cinco temas trazidos pela CNBB como importantes para os católicos: compromisso com a democracia e instituições democráticas; atuação do estado para combater a cultura da violência no país; fortalecimento dos órgãos de combate à corrupção – Ministério Público, Polícia Federal e Poder Judiciário, com orçamento, autonomia e independência; proteção ao meio ambiente; e compromisso com a preservação da vida.

“Nosso programa de governo prevê ações todas alinhadas com esses princípios e recebendo novos subsídios estaremos aprimorando nosso plano de governo, nessa mesma linha, porque os princípios estão todos de acordo com o que nós imaginamos ser uma sociedade civilizada, da paz e dos direitos”, discorreu Haddad sobre sua conversa com Dom Leonardo.

Haddad ainda relatou a preocupação da CNBB com o teto de gastos e a reforma trabalhista e reafirmou sua posição de revogar essas medidas.

O candidato do PT disse, também, que pediu a Dom Leonardo para que recomendasse às pessoas um cuidado maior com as notícias de internet, porque as pessoas estão sendo bombardeadas com informações falsas e, antes de propagar, é necessário checar se é verdade ou mentira.

“Meu adversário me acusa nas redes sociais de distribuir material impróprio para crianças de seis anos. Em primeiro lugar isso nunca aconteceu e, em segundo lugar, é um desrespeito às professoras do Brasil. Imagina se uma professora vai receber um material impróprio sobre sexualidade e ela vai usar esse material sem questionar?”, disse.

Para Haddad, as mentiras têm que ser combativas e usar que usá-las para ganhar voto não é recomendável em um estado democrático de direito. “Temos que ganhar a eleição por meio do melhor argumento e não atacando a honra das pessoas com informações falsas”, enfatizou.

Bolsa família

Durante entrevista coletiva, Haddad disse aos jornalistas que seu adversário Jair Bolsonaro tenta dar um contraditório cavalo de pau ao anunciar uma décima terceira parcela para o Bolsa Família para tentar atrair votos do Nordeste: “se tem alguém que criticou o Bolsa Família e, de certa maneira, humilhou os beneficiários. ao longo dos últimos dez anos, foi o meu adversário. Aí não é fake news, basta ver na internet as frases que ele pronuncia sobre nordestinos que recebem Bolsa Família”.

“Por que depois de 15 anos batendo no programa e falando do jeito dele, que a gente conhece, sempre uma maneira muito agressiva de se referir às pessoas que recebem o benefício, vem com esta ideia? […] Ele está há 28 anos na Câmara e só vota contra o trabalhador. Tudo o que ele faz é votar contra o trabalhador. Votou contra a pessoa com deficiência, votou contra o trabalhador na reforma trabalhista, votou contra o cidadão no teto de gastos. Sempre vota contra o trabalhador. Nunca aprovou nada de relevante em 28 anos de mandato e agora quer dar um cavalo de pau e dizer que defende os pobres?”, questionou Haddad.

Sobre o debate, o candidato petista disse: “eu sou leigo, mas me parece contraditório uma pessoa poder dar uma entrevista que é um debate com jornalista e não poder debater com um adversário. Eu penso que o Brasil merece um debate”.

Ao final, ao ser questionado sobre o resultado da última pesquisa eleitoral, Haddad explicou que é candidato há apenas 30 dias e “quem saiu dos 4% de intenções de voto para saltar aos 42% também vai chegar aos 50%. Temos duas semanas de trabalho para conseguir esses 8%”.

Por lula.com.br

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