Jornalistas condenam agressões à presidenta Dilma

Para jornalistas, analistas e cronistas esportivos, xingamentos foram grosseiros e desnecessários e podem demonstrar regressão no nível debate público

O desrespeito  com a presidenta Dilma Rousseff demonstrado por uma parte do público que participou de a abertura da Copa do Mundo, na quinta-feira (12), em São Paulo, foi duramente criticada por profissionais da imprensa em diversos órgãos do País.

Um dos mais enfáticos, o jornalista esportivo Juca Kfouri atribuiu as agressões ao que chamou de “elite branca”. Em comentário para o Jornal da CBN, ele condenou o desrespeito à presidenta. ” (Utilizaram) palavrões típicos de quem tem dinheiro, mas não tem um mínimo de educação, civilidade ou espírito democrático”, afirmou.

“O presidente da República é uma faixa. Xingá-la significa ofender a instituição”. Josias de Souza

O jornalista ainda disse que os xingamentos raivosos foram típicos de quem não sabe conviver com a divergência, mesmo em relação a uma governante legitimamente eleita pelo povo brasileiro.

Para o colunista Josias de Souza, o que fizeram contra a presidenta foi indesculpável. “O presidente da República é uma faixa. Xingá-la significa ofender a instituição”, pontuou.

“Quando o xingamento é transmitido em rede mundial, adquire uma pungência hedionda”, completou.

Para Josias, a torcida teria, com isso, informado ao planeta que o Brasil está perdendo a “noção de civilidade”.

Durante programa da ESPN, os comentaristas José Trajano e Arnaldo Ribeiro, também demonstraram sua insatisfações com a postura do público. Para eles, a atitude foi grosseira e estragou a empolgação transmitida pela plateia à Seleção Brasileira durante a entonação do Hino Nacional à capela.

Já o colunista Kennedy Alencar afirmou que esse fato faz mal à política e ao Brasil. “É preciso saber separar a vaia tradicional das provocações com palavrões”, argumentou.

“Houve um desrespeito e deselegância com a presidente na abertura da Copa do Mundo, o que mostrou como o debate público no Brasil regrediu e ficou radicalizado”, encerrou.

A presidenta Dilma Rousseff comentou o ocorrido, durante a inauguração do BRT ,na manhã desta sexta-feira, em Brasília

“Eu não vou me deixar perturbar por agressões verbais “, afirmou.

 

Por Alessandra Fonseca, da Agência PT de Notícias

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