Líderes mundiais debatem vacina, enquanto Bolsonaro aglomera no MA
Jair Bolsonaro deixa de participar de cúpula do G-20 sobre vacinas para fazer palanque e ofender governador
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Poucos dias serviram para deixar tão clara a insignificância de Jair Bolsonaro quanto esta sexta-feira, 21 de maio. Enquanto os líderes do G-20 debatiam uma forma de garantir à população mundial o acesso à vacina contra a Covid-19, o atual presidente do Brasil provocava aglomeração no interior do Maranhão.
Ao mesmo tempo em que a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente chinês, Xi Jinping, anunciavam a doação de milhões de doses de vacinas para as nações em desenvolvimento, Bolsonaro, como um menino, chamava o governador Flávio Dino de “gordinho”, continuando em seu palanque antecipado, repleto de inaugurações de obras iniciadas em governos anteriores ou até mesmo já inauguradas.
Enquanto líderes de outros países se reúnem para buscar soluções para a pandemia, Bolsonaro escolheu falar mal de Lula, FHC e Flávio Dino. Ele escolheu não comparecer à cúpula do G20. Os xingamentos são mais importantes que vacinas e plano de recuperação da economia pelo mundo.
— Enio Verri (@enioverri) May 21, 2021
A ofensa a Dino é uma forma já desgastada de Bolsonaro construir manchetes que tirem a atenção para o que ele está realmente fazendo: deixa a população à mercê do vírus e do desemprego enquanto entrega a área de energia à lógica do lucro e privatiza o SUS. Cientes da gravidade do momento, participaram da reunião do G-20 os chefes de Estado de Reino Unido, Holanda, México, Indonésia, Itália, Japão, Canadá, Espanha, França, Alemanha, China, Argentina, Turquia, África do Sul e Coreia do Sul, além dos chefes de organizações internacionais como Banco Mundial, Nações Unidas e União Europeia.
Já Bolsonaro escalou o chanceler Carlos França, que fez um discurso que parecia se referir a outro governo. Disse que o Brasil sofre com a falta de vacinas e pediu adoção de medidas para fortalecer a produção internacional de vacinas, dando prioridade para os países em desenvolvimento. Esqueceu de mencionar que o governo que ele representa desprezou várias ofertas de compra.
Sem consenso sobre patentes
Como resultado, a cúpula do G-20 sobre vacinas não conseguiu chegar a um acordo para suspender patentes dos imunizantes, ideia defendida pelos governos da China e dos Estados Unidos, e encampada internacionalmente pelo presidente Lula em todas as entrevistas que dá a veículos internacionais.
Diante do impasse, os países aprovaram uma declaração que prevê o compromisso da doação de bilhões de doses para as economias mais pobres do mundo e que, por enquanto, têm ficado à margem da distribuição dos imunizantes. “Ainda de acordo com os organizadores, as empresas do setor farmacêutico estão dispostas a enviar 1,3 bilhão de doses de vacinas para os países mais pobres e emergentes, seja sem lucros ou com preços mais baixos”, informa o jornalista Jamil Chade, no UOL.
Da Redação, com DW e UOL
https://www.dw.com/pt-br/merkel-promete-doar-30-milh%C3%B5es-de-vacinas-para-pa%C3%ADses-pobres/a-57627315